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Wado em entrevista ao MYWAY

Wado
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Wado em entrevista ao MYWAY

O músico brasileiro Wado chega a Portugal a bordo do «Bloco», série que vai trazer ao país três músicos brasileiros para uma mini-digressão pelo país. Com a primavera a desabrochar no centro de Lisboa, sentámo-nos na relva a falar com ele sobre o novo álbum «1977» e todos os sotaques que inclui – incluindo o de Portugal – sobre as novas formas de ver o mundo, e claro, sobre os concertos que aí vêm.

 

MYWAY: Está cá para três concertos integrados na série «Bloco», que traz vários músicos brasileiros a Portugal. Tem notado diferenças na forma como a música portuguesa e a brasileira atravessam o Atlântico, ao longo dos anos?

Wado: Esse meu disco, o (19)77, é uma preposição de que essa via de mão dupla aconteça mais! A gente colocar as vozes do Samuel Úria e d’O Martim no disco, gera uma curiosidade das pessoas que me ouvem no Brasil, que eu acho que é saudável. Tipo, a gente tem muitos downloads de discografia, e no site, e é natural que você vá no Youtube e olhe uma música de cada artista. Eu sinto que as pessoas já têm olhado muito, principalmente do Samuel, e a Graciela Maria, que é uma mexicana que mora em Berlim, e que está no disco também.

 

 

MYWAY: Como é que chegou a estes músicos portugueses?

Wado: O Martim eu conheci por conta da música «Rosa», que é uma música minha com o Cícero, que está no meu disco «Vazio Tropical», e ele fez uma versão que eu achei muito boa, até melhor que a minha. Achei mais moderna, até ligada a Hot Chip, que é uma banda que eu gosto muito, com aquele eletrozinho…achei melhor que a minha, e a minha forma de retribuir foi convidá-lo para participar no disco.

 

 

MYWAY: Este disco é bem diferente do anterior, mais elétrico, mais rock, o que é que o levou a decidir-se por esta abordagem?

Wado: A vontade de não se repetir. Acho que é divertido ter um quê de novidade na vida. Para as pessoas isso não fica claro, mas a gente trabalha um disco durante dois anos sem parar. No final dos dois anos a gente quer fazer uma coisa diferente. Então essa abordagem mais expansiva, mais rock, mais banda dá uma renovação para a gente.

 

Nunca dei certo o suficiente para precisar de ficar numa coisa só. Nunca estourou de uma forma massiva, para que eu tivesse que ficar só por uma fórmula.

 

 

MYWAY: Também se pode cair na rotina, como numa profissão das 9 às 17h?

Wado: É, e eu acho que eu tenho uma coisa legal que aconteceu na minha carreira, é que eu nunca dei certo o suficiente para precisar de ficar numa coisa só. Nunca estourou de uma forma massiva, para que eu tivesse que ficar só por uma fórmula. As coisas foram acontecendo degrau a degrau, então a gente pode-se permitir ter essas coragens de mudar de estética.

 

 

MYWAY: É mais fácil ser-se corajoso quando se tem menos visibilidade?

Wado: Acho que a pressão para repetir um êxito seria maior se esse êxito fosse grande (risos).

 

 

MYWAY: Tanto neste como em outros álbuns tem várias colaborações com diversos músicos. Sente a música como um trabalho de equipa?

Wado: Eu gosto. Acho que uma das coisas divertidas de você compor e ter as parcerias com outras pessoas, é que você tridimensional o que você faz. Você faz uma música com uma pessoa, e não vai ser nem você, nem aquela pessoa, vai ser uma terceira coisa. É o máximo isso! (risos) Você faz um filho com outra pessoa.

 

MYWAY: Então não tem de ser necessariamente alguém que tenha o mesmo estilo de música com o qual costuma trabalhar?

Wado: É, e às vezes pessoas que a gente nem conhece fisicamente. O Samuel (Úria) por exemplo, eu não conheço, e o Martim também não. A gente conhece a obra, vê que tem similaridades, interesses comuns, e a Internet está aí, né?

 

 

MYWAY: Ia falar precisamente sobre a importância da Internet. Você tem vários artistas de vários países neste disco, sente que a Internet e as consequentes mudanças na Indústria apagaram as fronteiras?

Wado: Mais do que isso, eu acho que mudou a nossa forma de consumo geral das coisas. Se a gente no Brasil quer dar um passeio, tanto pode ir para Salvador como para Lisboa. Eu comecei a perceber que essa abordagem acaba acontecendo na música também. Tem muitos discos que a gente gosta de ouvir – tipo a Mayra Andrade, ou mesmo o disco do (Rodrigo) Amarante – que têm línguas e sotaques diferentes. A minha vontade no «1977» era ter esse reflexo do consumo de hoje. Por exemplo, lá em Maceió, chega a sexta-feira, eu posso comprar um vinho que pode ser do Chile, um de Portugal, e aí você começa a entender qual é a uva, de onde é que ela vem…eu queria que essa coisa que a gente vive hoje, que é mais transnacional, se refletisse no disco também. O caminho foi convidando esses sotaques.

 

 

MYWAY: O que é que podemos esperar destes concertos que aí vêm?

Wado: Festa! Boîte! (Risos) É engraçado, porque a gente montou um repertório que começa – vou contar! – com o «Vazio Tropical», que deve ser o que as pessoas mais conhecem aqui, vai para o disco novo, e aí eu vou para uma coisa que vocês não conhecessem. O normal era que isso estivesse no final do show, mas eu vou fazer no início do show. A partir daí, eu tou acreditando que vai dar certo! A gente vai fazer um disco nosso de 2007 que pouca gente conhece, mas que funciona muito bem ao vivo no Brasil. Tem umas coisas de funk carioca, e a gente vai fazer umas coisas de samba também. Aí, é que a gente vai ver se dá certo ou não! (risos)

 

Concertos de Wado em Portugal:

01/Abril – Musicbox – Lisboa – 22h30 (bilhetes a 12 euros // passe geral «BLOCO» a 20 euros)
02/Abril – Centro Cultural de Ilhavo – 22h (bilhetes a 5 euros)
03/Abril – Passos Manuel – Porto – 22h30


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