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Salvador Sobral: “sentia que me prostituía por estar ali”
Centenas de fãs reuniram-se no Aeroporto Humberto Delgado para receber Salvador Sobral que regressou de Kiev esta tarde.
Várias dezenas de portugueses não podiam deixar de dar as boas-vindas ao músico que conquistou o troféu do Festival da Eurovisão para Portugal pela primeira vez em 53 anos.
Alguns fãs que se encontravam no aeroporto ainda vestiam a camisola do Benfica, uma fã inclusivamente contou à Sic Notícias que tinha estado no Marquês de Pombal a festejar a vitória do Benfica e do Salvador Sobral.
Depois de horas de espera, às 16 horas quando #Salvadorable estava a chegar ao aeroporto, os fãs já gritavam o nome do cantor.
Eram 16 horas e 22 minutos quando a porta pela qual Salvador Sobral ia chegar finalmente se abriu. Os irmãos Sobral entraram na sala de imprensa cor-de-rosa juntos, com Luísa, a compositora de “Amar pelos Dois”, a segurar o troféu do festival.
Durante a conferência de imprensa, Salvador voltou a reforçar que ganhar o Eurovisão com aquela canção é um bom passo para a música portuguesa, para que “lá fora comecem a perceber que a música portuguesa é muito mais do que aquilo que tem chegado”.
O cantor falou também dos prémios de melhor artista e melhor composição que ele e a irmã receberam, respectivamente, e que esses prémios significavam mais para ele do que o microfone de cristal que é o troféu do festival.
“Para mim era muito mais importante aquilo do que o prémio, o dito cujo,” disse o cantor, referindo-se sempre ao troféu como uma coisa sem importância.
Salvador ainda brincou, pedindo desculpa à RTP por ter de gastar muito dinheiro a organizar o festival da Eurovisão 2018.
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Quando lhe perguntaram como é que ia ser a sua vida daí para a frente, o interprete de “Amar pelos Dois” voltou a mostrar que não estava interessado na fama e que não acreditava que esta fosse duradoura embora muitos o chamem de herói nacional. “Ao início vai ser um pouco mais loucura, mas estas coisas são efémeras e daqui a dois, três meses já ninguém se lembra e ainda bem!”
Salvador lançou ainda um apelo ao público para não invadirem a sua privacidade com as suas “armas tecnológicas”, explicando que gosta quando as pessoas elogiam a sua música e o seu trabalho, mas que não gosta quando lhe tiram fotos a comer ou até a dormir.
Quando perguntaram aos irmãos Sobral sobre o idioma da música, ambos defenderam que ia para lá de ser em inglês ou em português. Salvador disse: “O idioma aqui, na verdade, foi a música.”
Luísa Sobral explicou que como estavam a representar Portugal, para ela só fazia sentido a música ser em português, e para além disso, adorava ouvir o seu irmão a cantar na língua lusitana. Mas o que ela também achava verdadeiramente importante era entender e sentir o que se estava a cantar, fosse em que língua fosse, dando ainda o exemplo de uma rapariga no festival que cantava inglês mas não sabia falar inglês. Isso, para ela, não fazia qualquer sentido.
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O cantor de 27 anos contou à imprensa que o troféu da Eurovisão ia para a casa dos pais, enquanto o troféu mais pequeno ia para a RTP por confiar e apostar na música deles e nunca lhes pedirem para mudar.
Para concluir, Salvador confessou que sentia que se “prostituía por estar ali” porque diz não ter nada a ver com o festival. “O que me trazia de volta àquilo era pensar que estávamos nesta missão musical. É um bocadinho prepotente mas a canção é tão especial, tão bonita, finalmente [uma canção] com algum significado emocional, porque as [outras] canções são vazias, completamente vazias.”
O cantor e a compositora de “Amar pelos Dois” apresentaram-se finalmente à multidão que já os esperava há várias horas.
Assim que o viram, os fãs começaram imediatamente a fazer barulho, muitos gritaram “Portugal”, e outros até choraram, enquanto Salvador descia as escadas rolantes do aeroporto.
Humilde como já é conhecido, #Salvadorable mostrou-se extremamente surpreendido pela receção dos portugueses à sua chegada. O cantor foi escoltado por seguranças até ao carro sem parar para falar com as pessoas que o esperavam.
