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B4: «A nossa química é muito grande»

B4 no coliseu de lisboa
©Facebook oficial C4 Pedro

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B4: «A nossa química é muito grande»

Em vésperas de os B4 subirem ao palco do Coliseu de Lisboa, e pouco tempo depois do lançamento do CD/DVD ao vivo em Portugal, o MYWAY falou com C4 Pedro sobre a relação com o nosso país, as memórias e os preparativos para o que aí vem.

 

Não há melhor retorno que ter ali os fãs todos a cantarem todas as músicas

 

MYWAY: Vocês lançaram este mês o CD/DVD ao vivo em Lisboa, quais são as recordações desse concerto?

C4 Pedro: Acho que todo o espectáculo foi assim memorável. Dou muito, muito valor à parte da produção, tudo o que acontece antes do espectáculo, porque é muita pressão, mas tivemos um palco lindo. Não há melhor retorno que ter ali os fãs todos a cantarem todas as músicas. Não se pode esquecer que B4 é o projecto de dois músicos que têm carreiras a solo, mas que se juntaram. Então, aquilo foi best-of do Big Nelo, best-of de C4 Pedro, e best-of dos B4. Ver as pessoas a cantar em todas as músicas é algo de espectacular.

 

MYWAY: Vocês lançaram o ano passado o vosso primeiro álbum em conjunto, «Los Compadres». A experiência de trabalharem juntos foi muito diferente do que estavam à espera? Como é que correu?

C4 Pedro: Nós lançámos os nossos últimos discos em 2011, e a gente em Angola faz parte da mesma editora, então lançámos no mesmo dia, e tivemos a digressão pelo país fora nos mesmos dias, como se fosse um pacote. Então, aquilo foi criando uma química entre os dois, laços de amizade, etc. Dois anos depois, quando já havia necessidade de cada um lançar novos projectos – mais eu, porque o Big Nelo tem muitos anos de carreira – achámos melhor lançar algo diferente para o mercado, uma lufada de ar fresco, acho que era mais ou menos isso que o público precisava. As pessoas não esperavam um projecto destes dois músicos, são duas gerações distintas, e a cena funcionou. Funcionou porque não temos aquele problema de ego, de dizer ‘eu sou o melhor, sou o maior’, e etc. Primeiro há uma diferença de idade, depois há uma diferença de anos no mercado. Depois também há o factor humano, e isso foi muito fácil de se notar. O projecto B4 é o que é hoje por causa dessa química, não temos grande dificuldade em trabalhar juntos, aliás, muito pelo contrário.

 

Hoje, o projecto B4 é isso, é o produto e a táctica.

 

MYWAY: O que é que cada um trouxe do seu som ao projecto?

C4 Pedro: Olha, eu não paro de trabalhar, não paro de fazer música, faço a toda a hora, todos os dias, não paro, gosto de produzir. O Big Nelo é muito visionário, é um rapaz que tem uma visão incrível para o mercado musical, então essa junção dos dois não tinha como não dar certo, foi juntar o útil ao agradável. Hoje, o projecto B4 é isso, é o produto e a táctica.

 

MYWAY: Dizes-me que não consegues parar de fazer música, já deves então ter feito mais alguma coisa…

C4 Pedro: Nós temos sempre música, temos sempre coisas preparadas, no momento certo a gente reúne – temos sempre que nos reunir – e escolhemos dessas músicas já feitas qual será a melhor.

 

MYWAY: Planeiam lançar novo material em conjunto, ou a solo?

C4 Pedro: Estamos neste momento em digressão com aquilo que a gente já tem, porque é importante saber que independentemente de o Big Nelo ter 20 anos de carreira, e de eu estar a caminhar para os cinco anos de carreira, as pessoas não conhece muito mais do que o «Bo Tem Mel», falando de mim, e do Big Nelo, se calhar o «Ela é», com o Nelson Freitas também. As pessoas não conhecem muito, não conhecem o percurso dos dois, principalmente cá em Portugal, os fãs portugueses mesmo. Antigamente, os músicos angolanos vinham a Portugal e cantavam para a comunidade, agora já não, agora a gente vai para um espectáculo e temos 90% de portugueses, e eu acho que isso é bem diferente. Então, queremos que primeiro que as pessoas acabem por conhecer o nosso trabalho. Este projecto, este CD/DVD que a gente lançou no dia 6 com a Sony Music, é do show do Campo Pequeno, em que o Big Nelo cantou o seu best-of, e eu cantei o meu best-of, e o best-of dos B4. Então, com esse lançamento as pessoas que não estiveram presentes no show do Campo Pequeno vão passar a conhecer as músicas e a sentir aquela química, aquilo a que a gente chama a febre B4.

 

MYWAY: Então os vossos espectáculos assentam também na vossa carreira a solo?

C4 Pedro: Exactamente, porque é impossível fazer um espectáculo de duas horas só com projecto B4. Do projecto B4 a gente tirou as melhores, as que mais tocam, as mais comerciais, e a gente consegue sempre um show muito caloroso, com muita energia, mas 50% vem do palco, e 50% vem do público.

 

 

MYWAY: Vocês vão actuar no dia 31 no Coliseu de Lisboa, esse concerto vai ser especial?

C4 Pedro: Vai, porque nós temos estado a crescer bastante com o tempo. A nossa química é muito grande, é incrível, nós parecemos dois músicos que já tocam juntos há muito tempo. É verdade que as nossas digressões, que a gente foi fazendo depois do lançamento dos nossos últimos discos, fomos partilhando muito o palco, por causa de uma das músicas que o Nelo também participou, do meu álbum, então a gente foi criando uma química muito grande. B4 é que tem vindo a beneficiar.

 

Portugal abriu as portas para a música angolana de uma forma incrível!

 

MYWAY: Estavas a dizer que antigamente os músicos angolanos tocavam para as comunidades, e agora tocam para um público mais vasto. Sentem que o vosso sucesso, mas também do Yuri da Cunha, ou do Anselmo Ralph, pode ser o ponto de partida para a música angolana fazer mais sucesso em mais países?

C4 Pedro: Hhhmm…sim, também. É importante também que a gente consiga adaptar um bocadinho o nosso estilo musical, que não seja 100% tradicional, ok? Então também temos estado a abrir mão de algumas coisas que são muito caracteristicamente angolanas, e eu acho que temos tornado a nossa música mais internacional, acho que é isso. Portugal sim, Portugal abriu as portas para a música angolana de uma forma incrível! Nós também acabamos por sentir esse carinho, estes braços abertos…a gente corre logo para esses braços abertos da melhor forma possível, dando músicas como o «É melhor não duvidar».

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