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EDP Cool Jazz dançou «All Night Long» com Lionel Richie
O tempo parecia querer atraiçoar o público, que lotou as cadeiras do EDP Cool Jazz, na noite de ontem. Mas os assobios e o espetáculo que se avizinhava assombraram qualquer ideia do S.Pedro. E a noite, essa…foi toda de Lionel Richie. A batida de «Running With The Night» deu entrada à estrela de 66 anos, cuja figura magra e enérgica invejava qualquer um. E os lugares sentados, aqueles que supostamente mantêm a ordem no local, ficaram frios, de tão inúteis que foram.
Numa constante transição entre a banda sonora de um engate, de uma noite louca de amor ou de uma festa, os temas de Richie trouxeram as cinquentonas de volta aos 20’s e encheram as quarentonas de gritos adolescentes. Aos homens, mais contidos, fizeram certamente lembrar as dicas de sedução necessárias para atrair o sexo oposto, aprendidas em músicas como «Ballerina Girl», «Hello» ou «Stuck On You», capazes de fazer frente a qualquer bíblia do romance.
Apesar dos êxitos a solo, que são mais que muitos e que, lá está, podiam durar «a noite toda», os Commodores tiveram uma presença muito forte na setlist. O que era difícil tornou-se «Easy» e todos os problemas desapareceram durante o êxtase que foi «Dancing On The Ceiling». A dança frenética, daqueles que quiseram relembrar os anos 80, elevou o festival de jazz à verdadeira categoria de «festivaleiro». Pois a energia era tanta que o próprio Lionel disse: «I’m never leaving this town. We have to call the army!».
A toque de mais «uma pinguinha», que permanecia em cima do piano, a noite, ora intimista ora loucamente despreocupada, ficou marcada pelos coros em uníssono daqueles que a sentiram na alma. E se, visualmente, tudo o que vimos foi alegria e sucessivos tiques dançantes por parte do artista, em termos sonoros a conversa foi outra. O microfone, sempre ao nível do peito, não aguentava nem o vozeirão de Richie, nem a voz unânime e apaixonada do público. Principalmente quando o cantor decidiu fazer daquele estádio uma reunião de Dianas Ross, que em conjunto faziam o dueto de «Endless Love».
No final, e de volta ao palco, Lionel Richie quis terminar a sua tour europeia com «We Are The World», na tentativa de transmitir uma mensagem de esperança e bondade não apenas para aquele dia, mas para todos os da nossa vida. E, ao contrário do que se esperava, não foi «All Night Long» que fechou esta noite de boa disposição… mas os pés, que voltavam para casa, ainda levavam no andar ritmado uma «festa para sempre».
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