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A música em 2014 – Dez álbuns que marcaram o ano

©Capa «1989» - Taylor Swift

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A música em 2014 – Dez álbuns que marcaram o ano

Os mais falados, os mais vendidos, os mais polémicos, os falhanços, as vitórias. Juntámos dez dos álbuns que mais marcaram o ano, numa daquelas habituais listas de balanço que todos adoramos. A lista dos nossos preferidos chega ainda esta semana, até lá, recordamos os álbuns sobre os quais todos (ou quase todos) falaram durante o ano.

 

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Taylor Swift – 1989

O ano 2014 foi de viragem para Taylor Swift. Com «1989», a cantora lançou o primeiro álbum assumidamente pop, depois de o rótulo Country se ter vindo a atenuar ao longo dos anos. Foi também em 2014 que Swift conseguiu mudar a sua imagem perante os meios de comunicação. O desapego do single «Shake It Off» para uma Taylor Swift cada vez mais confortável com a sua pele, a dançar como se ninguém a estivesse a ver.

Até aqui, Swift era muitas vezes ridicularizada pela forma como lidava com os seus desgostos amorosos, colocando-os em canções. Em uníssono com o elogio do feminismo que 2014 trouxe, a cantora sublinhou que ninguém critica artistas como Ed Sheeran ou Bruno Mars por também o fazerem, e afirmou que as críticas vêm de um «ângulo muito sexista». Em «1989», a cantora virou o jogo a seu favor. «Blank Space» goza com a imagem que os media construíram sobre ela, e é já um dos seus singles mais bem-sucedidos. Sem ceder na sua essência, Swift fez história. Numa altura em que as vendas físicas de álbuns se ressentem, a cantora bateu o recorde de vendas na semana lançamento, ultrapassando «The Eminem Show», lançado em 2002, e tirou todas as suas canções do Spotify, gigante do streaming, com a justificação de que não quer «submeter o trabalho de uma vida a uma experiência. Aposta ganha. A cantora não cedeu aos muitos apelos dos responsáveis da plataforma, e o álbum continuou a bater recordes. No fim-de-semana em que celebrou o 25º aniversário, Swift rodeou-se de pessoas como Beyoncé, Jay Z, Justin Timberlake, Sam Smith, Nick Jonas, Haim, ou a melhor amiga Selena Gomez para festejar. Taylor Swift entrou, definitivamente, para a realeza pop, e «1989» deu-lhe a coroa. «Ela perdeu-o, mas encontrou-se, e de alguma forma, isso foi tudo», lê-se em mensagem escondida em «1989», e a frase serve de resumo para a vitória de Swift em 2014.

 

 

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Beyoncé  – BEYONCÉ

Sim, sim, nós sabemos, «BEYONCÉ» saiu ainda em 2013, mas os seus ecos fizeram-se ouvir principalmente em 2014, e é por isso que o apontamos como um dos álbuns que mais marcou o ano que agora termina.

Numa altura em que muitas das listas de melhores do ano estavam já fechadas, Beyoncé surge sem aviso e lança um homónimo «álbum visual». Desde essa altura, que qualquer ameaça de surpresa ganhou o nome «Do a Beyoncé» (tradução livre – fazer como a Beyoncé) e houve mesmo quem tentasse repetir a proeza, mas sem os mesmos efeitos. À boleia do álbum, Beyoncé domou 2014. O single «Drunk In Love» foi um dos mais ouvidos do ano, e «Flawless» tornou-se hino do feminismo, movimento que a cantora ajudou (e muito) a que deixasse de ser palavra maldita na cultura pop. Em palco, Beyoncé apresentou-se como «Mrs. Carter», digressão que trouxe a Portugal, e que estendeu ao vivo a persona que cantou no álbum: Mulher poderosa, sexual, mãe, e esposa. No final do ano, a sensação com que ficamos é que Beyoncé esteve por todo o lado. Depois de uma digressão conjunta com o marido Jay Z, ultrapassou rumores de divórcio – nunca confirmados – e cantora e família surgiram mais fortes que nunca mesmo depois de ter sido revelado um vídeo de Solange, irmã de Beyoncé, a agredir Jay Z num elevador. Beyoncé ainda conseguiu tornar a polémica em música, usando-a para um verso na remistura de «Flawless», colaboração com Nicki Minaj. Entretanto, todos os vídeos de «BEYONCÉ» chegaram oficialmente ao Youtube, a versão de luxo foi disponibilizada para audição no Spotify, e a cantora publicou uma curta-metragem emotiva para celebrar o 1º aniversário do trabalho homónimo. Com «BEYONCÉ», Beyoncé deixou o mundo aos seus pés. Mais ainda.

 

 

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Capicua – Sereia Louca

Tudo começou com um sonho. Capicua sonhou com uma sereia que queria comprar sapatos, e nasceu a ideia para o álbum, «Sereia Louca». O ano de 2014 foi de muita gente na música Portuguesa, e Capicua foi certamente uma das artistas a carimbar presença dourada no ano que agora termina. O álbum «Sereia Louca» foi justamente aclamado, «Vayorken» tornou-se single pop que atravessou gerações e géneros, e a rapper atravessou dezenas de palcos em concertos marcantes. Em 2014, Capicua tanto esgotou salas no festival Vodafone Mexefest, como conquistou o Super Bock Super Rock, ou teve «Vayorken» a passar em rádios generalistas nacionais. Num ano em que a discussão sobre a igualdade de géneros ganhou voz maior, a rapper foi comandante na guerrilha nacional, escrevendo sobre o universo feminino como quem o vive na pele, não como quem o usa como bandeira vazia. Medo do Medo» é crítica social certeira sem atirar aos alvos mais fáceis, «Mão Pesada» surge como hino da mulher-poder, de cara lavada e prosa atirada sem adoçantes nem intermediários, e «Vayorken» foi diversão infantil que chegou a todos. Não sabemos como é que a Sereia Louca arranjou forma de calçar sapatos, mas temos a certeza que ainda tem muito por onde andar.

 

 

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U2 – Songs Of Innocence

Há surpresas que não correm bem, e o lançamento do novo álbum dos U2 foi um desses casos. Depois de muitos meses de espera, avanços e recuos, e rumores sobre o final da banda, os U2 uniram-se ao gigante «Apple» e no dia 9 de Setembro lançaram «Songs Of Innocence», oferecido a todos os utilizadores da marca durante o lançamento do iPhone 6. O problema? Houve muitos que não queriam o álbum. «Songs Of Innocence» foi inserido sem pedido de autorização na biblioteca dos utilizadores, que sentiram que a sua privacidade foi desrespeitada por marca e banda. Desde aí, que muito se discutiu sobre os limites da privacidade, e da legitimidade da campanha dos U2 e da Apple.

A verdade é que passados poucos dias, a marca viu-se forçada a inserir um botão para apagar o álbum em apenas um clique. Sinead O’Connor disse que o lançamento foi «quase terrorista», e o baterista dos Foo Fighters comparou-o a «um peido». Pelo caminho, Bono garantiu que todas as cópias oferecidas foram compradas pela Apple, e que não acredita em música gratuita. O músico pediu ainda desculpa pela forma como o trabalho foi lançado, e mais tarde pediu desculpa pelo pedido de desculpas, dizendo que o momento foi um dos de «maior orgulho da carreira dos U2».

No mesmo ano em que Bono disse que os U2 estavam sempre «à beira da irrelevância», o lançamento manteve a banda à tona da discussão pública. O lançamento tornou-se uma das questões do ano, discutida por especialistas, músicos, e fãs, mesmo que as canções tenham passado para segundo plano. Para 2015, Bono já promete o sucessor de «Songs Of Innocence», «Songs Of Experience». Aguardemos os resultados da digressão que deverá vir, para as conclusões sobre o futuro dos U2.

 

 

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FKA Twigs – LP1

Até há pouco tempo, FKA Twigs era vista «Video Girl» de que fala no single com o mesmo nome que lançou, e era dançarina em vários vídeos de estrelas pop. Em 2014, Twigs lançou o seu primeiro longa-duração, «LP1», e tudo mudou. O single «Two Weeks» chamou a atenção, e «LP1» confirmou que era merecida. A sonoridade inconfundível e sexualizada, e a estética surrealista de uma estranheza que faz sentido, transformaram-na de imediato num dos nomes musicais mais importantes do ano. A singularidade de «LP1» e de FKA Twigs enquanto personagem à parte quase alienígena em relação aos seus pares, deixaram marca.

 

 

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Pink Floyd – The Endless River

Quando 2014 começou, não esperaríamos terminá-lo com um álbum de novas canções dos Pink Floyd na lista de álbuns que marcaram o ano, mas depois de vários rumores, o primeiro álbum da banda em vinte anos chegou. Em Novembro passado saiu «Endless River», e já fazia história ainda mesmo antes do lançamento, ao tornar-se o álbum com pais pré-vendas de sempre na Amazon do Reino Unido. Apontado como uma última homenagem a Richard Wright, músico da banda falecido em 2008, «Endless River» é maioritariamente instrumental. O álbum inclui ainda trabalho de Wright, já que se baseia em 20 horas de sessões para «The Division Bell», o último álbum da banda, editado em 1994. O rio pode ser infinito, mas a música dos Pink Floyd não, e Manson e Gilmour garantem que não há mais inéditos a explorar. A acreditarmos que é verdade o que nos dizem os músicos, o trabalho deverá ficar na história como o último de sempre a ser editado pelos Pink Floyd. Os primeiros lugares em muitas tabelas de vendas indiciam que mais seriam bem-vindos.

 

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Capitão Fausto – Pesar o Sol

No ano em que muito do bom rock que se fez mundo fora foi dominado pelo revivalismo psicadélico, os Capitão Fausto foram dele os melhores representantes nacionais. A estreia com «Gazela» e o êxito de «Teresa» já tinha causado burburinho, mas foi o salto para o espaço de «Pesar o Sol» que confirmou os Capitão Fausto como nome da linha da frente da selecção nacional. Os muitos concertos que deram ao longo do ano, em salas muitas vezes cheias, e a personalidade irrequieta e singular  ajudaram a sublinhá-los como uma das bandas nacionais mais importantes do ano. «Se 2014 for o ano em que o psicadelismo vai ser o novo preto, resta esperar que todos o saibam vestir tão bem quanto eles», dizíamos na ressaca do concerto de apresentação de «Pesar o Sol». No final do ano, sentimos que houve quem o soubesse vestir, mas os Capitão Fausto, e «Pesar o Sol» estiveram, definitivamente, na passadeira vermelha.

 

 

 

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5-30 – 5-30

Carlão (Da Weasel, Algodão), Fred Ferreira (Orelha Negra, Buraka Som Sistema, Banda do Mar, entre muitos outros), e Regula juntaram-se quase em segredo, e no final de Março surgia o primeiro álbum dos 5-30. A primeira palavra associada? Supergrupo. Carlão trouxe a visão de um dos mais bem-sucedidos grupos vindos nacionais ligados ao Hip-hop, e Regula o atrevimento sem filtros da rua, do hip-hop como culto fora dos grandes meios. Fred trouxe à produção a experiência unificadora que o trabalho com vários projectos e estilos musicais acarretam. Sam The Kid surgiu no «quarto canto» do ringue, como um «quinto Beatle», e o álbum semi-surpresa causou o estrondo que a receita antecipava. Uma das poucas actuações da banda decorreu no festival NOS em Palco, e o motim que se gerou à porta do concerto por quem não conseguiu entrar, ilustra bem os efeitos sobre os quais falamos.

 

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Sam Smith – In The Lonely Hour

Falando em vozes inglesas à conquista do mundo, Sam Smith foi também uma delas. Tudo começou de forma discreta, com a voz de Smith a ser associada ao sucesso «Latch», dos Disclosure, ainda 2012. No final de 2013, o músico era eleito como a aposta da BBC para 2014, e a aposta foi ganha. Este ano, Smith lançou «In The Lonely Hour», e foi um dos vencedores do ano. Considerado uma versão masculina de Adele, por ser britânico, ter uma voz poderosa e o álbum escrito (na maioria) sobre um amor não correspondido, os agudos de Smith estiveram nos ouvidos de muitos. Primeiro, com «Money on My Mind», e depois com o estrondoso sucesso da balada «Stay With Me», Sam Smith conquistou 2014 com o seu álbum de estreia. «In The Lonely Hour» fez história nos EUA, ao tornar-se o cantor masculino britânico com a melhor semana de vendas no país desde que o «Soundscan» começou a medir as vendas, há 23 anos. No Reino Unido, «In The Lonely Hour» entrou directamente para o primeiro lugar das tabelas, e foi o álbum de estreia que vendeu mais rápido no país, durante 2014.

 

 

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Ed Sheeran – X

Ed Sheeran já era um fenómeno com o seu álbum de estreia, «+». Com «X», o músico ultrapassou o clássico «difícil segundo álbum» e bateu recordes pelo Reino Unido. A receita não variou, canções a fazer derreter corações à guitarra, com influências rap, e palavras disparadas a velocidade alucinante. «Don’t» terá sido a faixa mais falada do álbum. Se o primeiro single, «Sing», tinha a colaboração e de Pharrell tema conta a história sobre como Sheeran foi traído por uma cantora, e os rumores de que seria sobre Ellie Goulding fizeram com que a canção se espalhasse ainda antes de se poder ouvir.

Com «X», Sheeran confirmou-se como mais um dos membros da armada britânica a conquistar os EUA, e partiu em digressão a solo pelo país, depois de já o ter feito com a amiga Taylor Swift. O single «Thinking Out Loud» e o vídeo que o mostra como dançarino trouxeram Ed Sheeran num dos seus melhores momentos, e o músico juntou-se ao clube exclusivo de artistas que venderam mais de um milhão de discos no Reino Unido, acumulou dez semanas no primeiro lugar do Top de vendas do país, e foi o artista mais ouvido no Spotify este ano.

 

 

 

 


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