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Dez canções feministas para celebrar o Dia Internacional da Mulher
Foi esta semana revelado que os homens continuam a ganhar em média mais 23% do que as mulheres, e que serão precisos 70 anos para que seja alcançada a igualdade salarial entre os géneros. Esta é apenas uma das muitas de razões pelas quais o Dia Internacional da Mulher continua a ser assinalado. Por cá, celebramos a data como sabemos melhor: com música. De Aretha Franklin a Capicua, de Beyoncé às Le Tigre, de Christina Aguilera a Joan Jett, ou a Queen Latifah, apresentamos dez hinos feministas.
Capicua entrou de rompante num mundo dominado por homens, e «Sereia Louca» tem grandes momentos de feminismo. Em «Alfazema», a «comandante da Guerrilha cor de rosa» garante que não vai cumprir com a p*ta da expectativa que a sociedade impõe às mulheres:
«Com tradições nascem contradições opressivas
Como lições pra sermos fracas e reprimidas
Sem autoestima, postas de lado como um talher
Não foi pra isso que nasci uma mulher!
Não vou cumprir com a p*ta da expectativa
Não é para ela que oriento a minha vida…»
«Respect» – by Aretha Franklin
«Respect» pode ter sido escrita por um homem – o tema é um original de Otis Redding, de 1965 – mas ao ser cantada por Aretha Franklin, que inverte os papéis dos sexos transforma-se num hino feminista. Franklin não pede respeito, exige-o.
«U.N.I.T.Y.» – by Queen Latifah
Em 1993 Queen Latifah lançava-se contra a linguagem machista e o assédio sexual na rua, e diz: «I bring wrath to those o disrespect me like a dame» (solto a ira sobre aqueles que me desrespeitam enquanto dama). Em 2015, a letra continua a soar atual.
Joan Jett é uma das mais importantes feministas na música. Jett foi membro do grupo feminino pioneiro the Runaways, conseguiu uma bem-sucedida carreira a solo, e trabalhou com artistas como as Bikini Kill, the Gits, e Peaches. O seu primeiro single como artista solo foi um testemunho sobre a independência de cada uma: «A girl can do what she wants to do / And that’s what I’m gonna do» (uma rapariga pode fazer o que quer / e é isso que eu vou fazer).
Dificilmente se faria uma lista de canções feministas sem passar pelas Le Tigre. EM «Hot Topic», a banda de Kathleen Hanna destacam uma série de artistas, músicos, escritores e outras mulheres e homens poderosos – Angela Davis, Yoko Ono, Joan Jett, ou Nina Simone estão incluídas – cujo trabalho as inspirou e imploram-lhes para continuar a impulsionar o desenvolvimento feminino.
«Can’t Hold Us Down» – Christina Aguilera
Depois de abandonar a imagem certinha com que começou a carreira, Christina Aguilera denunciava os duplos critérios para avaliar o comportamento de homens e mulheres, e pedia que as mulheres gritassem sempre que as mandam calar.
«Independent Women Part 1» – Destiny’s Child
Já antes de se lançar a solo e espalhar a discussão sobre o feminino ao mundo, Beyoncé e as Destiny’s Child lançavam uma série de cançõess com o poder da mulher como tema. «Independent Women», da banda-sonora de «Os Anjos de Charlie», foi o mais claro na mensagem. Para além do elgoio da independência financeira, encoraja-se a independência emocional: «try to control me, boy, you’ll get dismissed» (tenta controlar-me, rapaz, e serás dispensado).
Fora das Destiny’s Child, «Run The World (Girls)», foi o tema que lançou Beyoncé nos discursos feministas, mas foi «Flawless» que a instauraou como uma das suas porta-vozes. A faixa inclui um discurso, precisamente sobre o feminismo de Chuimamanda Ngozi Adichie, que define: «Feminista: Uma pessoa que acredita na igualdade económica, política e social entre os sexos». Na letra, a cantora encoraja as mulheres a sentirem-se perfeitas sempre.
O viciante «Just a Girl», dos No Doubt, foi um dos maiores sucessos da banda, e uma das canções que marcou os anos 1990. Na letra, Gwen Stefani ironizava com os preconceitos em relação às mulheres, recorrendo aos chavões machistas para se descrever, até dizer que estava farta: «I’m just a girl, al pretty and petite / So don’t let me have any rights / Oh I’ve had it up to here!» (sou só uma menina, bonita e pequenina / por isso não me deixes ter direitos nenhuns / Oh estou farta!).
«Girl Power» era o lema das Spice Girls, e «Wannabe» é o momento em que melhor o traduziram em canção: «If you wanna be my lover, you have got to give. Taking is too easy, but that’s the way it is» (se queres ser meu amante tens de dar. Levar é demasiado fácil, mas é mesmo assim), dizem na letra.