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John Legend na MEO Arena: Amor e um piano

John Legend na MEO Arena
Nádia Dias para o MYWAY

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John Legend na MEO Arena: Amor e um piano

John Legend regressa a Portugal numa altura em que a balada «All Of Me» continua a testar os limites da exaustão por rádios, televisões, e casamentos, e «You And I» ameaça seguir-lhe o mesmo caminho. A exaustão ainda não parecer ter chegado à MEO Arena, e ambas as canções são recebidas com o carinho e euforia do início, tal como uma relação de amor bem sucedida. Mas já lá vamos. O público que esteve esta noite na MEO Arena sabe que John Legend é muito mais do que «All Of Me», e foi precisamente o músico inteiro que se apresentou em Lisboa este sábado. Entre canções já intemporais, e histórias pessoais, mas transmissíveis, cantou o caminho que o trouxe até aqui.

Pouco depois da hora marcada, apagavam-se as luzes, apressavam-se os passos dos muitos que ainda estavam à porta, e Legend sobe ao piano, onde se mantém durante a maior parte do concerto. O aviso, aliás, veio logo ao início, esta seria uma actuação «despida», «acústica», onde nos iríamos «conhecer melhor». Assim foi.

Sem esquecer o novo álbum, foi por lá que se começou com «Made To Love». Legend atravessou a carreira depois da celebrada promessa «Tonight (I’ll be the best you ever had)», e o resto foi história que começou com a mudança do músico para Nova Iorque, no início do novo milénio, e com o sonho que a mudança trazia: «estar aqui, neste sítio, hoje», explica. O sonho, continua Legend, começou a tomar forma quando ainda tinha um emprego «sexy» que o ocupava com apresentações de «Powerpoint» e «Excel», quando participou no clássico «The Miseducation Of Lauryn Hill», tocando piano na faixa «Everything is Everything». Dos momentos da caminhada, destaca a importância de Kanye West, o «rapaz de Chicago» que apostou nele quando seis editoras não o fizeram – «incluindo a actual» – e conta com o o rapper (que foi também seu produtor) o levou a cantar com artistas como Jay Z, ou Alicia Keys. A história vai sendo contada com a devida banda-sonora, e um arrepio corre a sala quando Legend canta a sua parte em «You Don’t Know My Name. Enquanto Legend contava como tudo começou, as canções também. «Let’s get Lifted Again», tirada do álbum de estreia, antecedeu o single oficial do músico, «Used To Love You», logo reconhecido, e com a influência de Kanye West bem definida.

Em palco, John Legend fez-se acompanhar por baixista, guitarrista, e um quarteto de cordas que se mostrou essencial para trazer grandiosidade à intimidade do piano de Legend. Isso sentiu-se logo em «Do It Again», e manteve-se ao longo do concerto, com especial destaque em «So High», em que ajudaram a canção a fazer jus ao seu nome. John Legend despiu-se de instrumentos, mas felizmente não deixou a alma em casa. «Save Room», cantado só com a guitarra a acompanhar, é prova disso, mas se falarmos em alma, é a versão de «Like a Bridge Over Troubled Water» a ganhar destaque. O tema foi interpretado depois de o músico revelar que o seu maior lamento é que a avó que depois da missa lhe cozinhava galinha frita e lhe ensinava a tocar piano gospel não tivesse vivido tempo suficiente para o ver a ser bem-sucedido na música. Entre o som da chuva da rua, e a intensidade transbordante que Legend deu à canção, a sensação de conforto feliz era maior do que estar em frente à lareira, de manta nas costas.

Entre histórias, Legend aproveitou «Again» para demonstrar o seu processo de composição, e quando se levantou do piano, John Legend fez com que todos se levantassem com ele, e isso aconteceu em «Green Light», colado com «Rock With You», versão de Michael Jackson. O amor também é festa. Voltando à subtileza do piano, verificamos que «You and I», já do novo trabalho, ganhou no que a telemóveis levantados diz respeito, enquanto «Ordinary People» ganhou em carinho demonstrado.

Antes do encore, faltava uma. «All Of Me» foi a única canção no encore, e o efeito foi de onda espontânea. Levantaram-se os corpos, os telemóveis, e as vozes, iluminou-se a MEO Arena, e abraçaram-se os casais. Foram quase duas horas em que John Legend soube encontrar o equilíbrio entre as baladas, e a soul motivadora, as palavras e as canções, o piano e a voz. Foi um prazer conhecê-lo melhor, senhor Legend.

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