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Tara Perdida: «Isto é uma família»

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Tara Perdida: «Isto é uma família»

Os Tara Perdida estão de volta com «Luto» o sétimo registo de originais da banda punk rock. Apesar da morte do anterior vocalista e amigo João Ribas, a quem os Tara Perdida dedicam o seu novo disco, a banda parece convicta em continuar a encontrar na música o alicerce para a sua união. Um dia depois da edição do álbum «Luto», os Tara Perdida apresentaram o seu novo trabalho na Fnac do Colomb0. Este disco, produzido por Mário Barreiros, apresenta um novo vocalista (Tiago Afonso, ex-Easyway). O MYWAY esteve à conversa com Ruka (Rui Costa) e Tiago Ganso (Ganso).

MYWAY: Este álbum é um símbolo de luto mas também representa o ato de lutar, como um compromisso para continuarem unidos e a fazer a vossa música. Quais foram os pontos mais positivos e os mais negativos no processo de criação deste álbum?

Ganso: Isto é um disco carregado de emoções, a parte lírica está muito relacionada com a morte do João, foi um álbum que não custou a fazer e saiu muito rápido até… mas foi um álbum muito carregado de emoção. Nunca tivemos um disco tão forte quer a nível lírico, quer a nível dos nossos próprios sentimentos. A parte de «lutar» é uma parte que já vem de nós e é uma continuação.

Ruka: Eu acho que o ponto negativo deste disco é a morte do Ribas e o ponto positivo foi a entrada do Tiago… Após o trabalho que tivemos, todo o processo que envolveu o disco, chamarmos o Mário Barreiros que já era também um objetivo da banda desde antes e foi um objetivo conseguido. Já no ano passado queríamos fazer algum trabalho com ele e acabámos por consegui-lo agora. Negativo foi o Ribas ter ido embora e positivo foi o Tiago ter voltado para podermos continuar a nossa carreira.

 

MYWAY: Na opinião de cada um, qual é a faixa do álbum que vos diz mais?

Ruka: Se tiver de escolher três… «Regresso», «Um dia de cada vez» e «Lista negra».

Ganso: Eu é a última, «Jogo» (risos), porque só tem 19 segundos. Estava a brincar, estava a brincar!

 

MYWAY: Quanto à entrada do Tiago na banda, como é que isso aconteceu?

Ruka: Quando achávamos que precisávamos de um vocalista… ou quando achámos que tínhamos de continuar isto, pensámos em várias pessoas, mas também no nosso gosto musical, o Tiago integrava-se no nosso gosto musical até por coisas que já tinha feito no passado. Já tinha experiência de estrada, também, é uma pessoa que em relação a vícios e isso não tem nada. O que é bom para nós, já convivemos muito dentro disso que viver agora fora disso é bom… por isso podemos ser nós os viciados e ele não. O Tiago é uma pessoa que procura muito a afinação, também não é que isso seja importante nos Tara Perdida mas de alguma maneira deixa-nos confortáveis com a nossa parte de guitarras e etc , por isso, foi muito positivo.

 

MYWAY: Planos para o futuro, há por aí ideias?

Ruka: Temos objetivos de continuar isto, esta tournée do «Luto», tocar em todo o lado e mostrar o álbum às pessoas, Pela reação que tivemos (o álbum saiu ontem), o pessoal gostou, mesmo não tendo lá o Ribas a cantar, o que é positivo para nós… e vamos continuar a destruir tudo, o objetivo é esse, tocar ao vivo, fazer as pessoas felizes e a nós também. Passar a emoção.

 

MYWAY: No balanço destes 20 anos, apesar de tudo e da tragédia que ocorreu mantêm-se unidos. Para além da música, a que é que devem esta união?

Ruka: Somos amigos, somos realistas, ou alguns de nós… (risos) Eu sou uma pessoa bastante realista, eu sou sonhador com os pés no chão mas sou sonhador, ando sempre com os pés no chão e às vezes tiro só um pézinho para ver como é que soa mas é raro levantar os dois, por isso… além da amizade, que é o principal sabemos que não vale a pena dar chapadinhas nas costas sem explicar, gostamos de falar na cara uns dos outros, o que é o melhor e é assim que conseguimos resolver. Isto é uma família. Eu, se me chatear com minha mãe, vou logo fazer as pazes, com o meu irmão também e aqui também, é como funciona numa família. Como o Ganso diz, às vezes estamos mais tempo na estrada e em ensaios do que com a própria família. Para nós é a frontalidade e a realidade, viver a vida como ela é.


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