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Ana Free: «O Natal é uma época de transição para muitas pessoas»

Ana Free
©Kelly Lee

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Ana Free: «O Natal é uma época de transição para muitas pessoas»

Fotografias por Kelly Lee

 

Há dois anos que Ana Free vive em Los Angeles, e garante-nos que é por lá, no «núcleo de tudo» que pretende ficar. Aproveitámos uma das suas visitas a Portugal para fazer o balanço, olhar para o futuro, e falar sobre a sua nova canção de Natal, «Another Christmas».

 

Lançaste uma música de Natal chamada «Another Christmas», a época inspira-te?

O Natal é sempre uma boa altura para ter músicas no espírito. Acho que toda a gente gosta, e é sempre aconchegante ouvir canções de Natal. Mas não é nada fácil escrever uma canção de Natal! Não foi fácil escrever o «Another Christmas», porque é tão específico, que cinco ou seis palavras-chave que têm a ver com o Natal, quando as usaste parece que já está. Parece fácil, não é. Uma música de jeito tem de ter uma história, seja de amor, ou a descrever uma cidade…eu inspiro-me muito mais nos contextos em que o Natal é passado: ou com a família, ou com os amigos, com o namorado, ou namorada. Nesse aspecto, acho que é uma época também inspiradora, porque no Natal toda a gente pensa de novo na vida, no ano novo pensa-se nas resoluções para o ano…as pessoas pensam um bocado no que estão a fazer, eu acho. Juntam-se com a família, e olham para trás. Acho que o Natal é uma época de transição para muitas pessoas.

 

 

O Natal também é uma época que tem bastante tradição nas canções. Há alguma de que gostes mais?

Eu gosto das músicas de Natal do Frank Sinatra! Adoro a voz retro que ele tem, muito soul….o Natal é para estar aconchegadinho ao pé da lareira, e gosto muito de qualquer coisa cantada pelo Frank. Fora isso, músicas muito repetidas são muito banais, e muito focadas, e é preciso encontrar o teu estilo de música de Natal. A minha melhor amiga, por exemplo, adora as músicas mais ‘cheesy’ de Natal, e eu prefiro muito mais o Frank! (risos) Gosto muito daquela (começa a cantar) «Chestnuts roasting in open fire» cantada pelo Frank.

 

Lá em LA está tudo o que quis fazer, e toda a gente que quis conhecer vive, ou está, muito perto. É outro mundo, onde está tudo literalmente na ponta dos dedos.

 

Estás há algum tempo a viver em Los Angeles, como é que tem sido trabalhar e viver no centro do showbiz?

Há quase dois anos! Numa palavra, tem sido fantástico, e essa palavra nem chega, é o que é. É mesmo o núcleo de tudo. Lá em LA está tudo o que quis fazer, e toda a gente que quis conhecer vive, ou está, muito perto. É outro mundo, onde está tudo literalmente na ponta dos dedos. Nesse aspecto é uma cidade muito diferente para mim, e inspira-me muito viver em LA. Há tanta coisa à minha volta, estamos sempre a fazer projectos, ou são vídeos de Youtube, ou são colaborações, ou são músicas para séries, ou para filmes, ou é um espectáculo…há sempre uma coisa a passar, e a acontecer. Estás sempre ‘on’, o que também cansa! LA é muito cansativa, muito competitiva, e às vezes precisas de um intervalo. É importante saber relaxar também, senão a cidade come-te toda a energia, está sempre a andar. Também a pessoa está sempre a pensar no próximo passo…o ritmo às vezes é desgastante. Mas, no geral, é o sítio onde mais quis estar nos últimos tempos, graças a Deus.

 

Há algum momento que tenha marcado mais estes dois anos em que estás na cidade?

Foi ser finalista da competição do «Guitar Center songwriter competition» com o Don Was, que é produtor dos The Rolling Stones, e foi produtor do Bob Dylan…e ele escolheu-me como uma das dez finalistas. De entre mais de dez mil submissões nos Estados Unidos, ele escolheu-me como uma das finalistas, e isso valorizou um bocadinho a minha decisão de ir para LA. Precisava de um momento em que percebesse: ok, uau, aqui passam coisas! As coisas acontecem, e eu posso fazer coisas. Se alguém como o Don Was valoriza o meu talento de escrever músicas, e acha que eu tenho talento…é uma motivação grande para qualquer artista.

 

Também será difícil um artista destacar-se no meio de tanta concorrência, ou não?

Pois, lá está, é toda a componente da competição, como é muito competitivo não é fácil uma pessoa destacar-se. Mas ao mesmo tempo há muitas pessoas sem talento, é muito franco dizer isto, mas é a verdade, e esses também se destacam facilmente em LA, mas eu sinto que as pessoas com talento reconhecem quando as outras também têm. Acho que o mundo da música perdoa um bocadinho mais. Na música, imagina, faço uma colaboração com outro músico, e os dois estamos a ganhar. Agora, no mundo da representação, só uma pessoa pode fazer uma personagem, e sinto que há um bocadinho mais de competição nesse ambiente. Puxamos mais uns pelos outros, na música.

 

Tens dado alguns concertos nos Estados Unidos…

Agora tenho dado menos. Quando cheguei era «concerto, concerto, concerto, concerto». Acho que isso aconteceu também porque eu queria passar por todos os recintos míticos de LA, «House of Blues», todos esses recintos míticos…mas agora estou a fazer um bocadinho menos esse circuito, depois acalmei esse desejo e comecei a focar-me mais no EP que estou a gravar, entrei nesse ritmo, e deixei respirar um bocadinho a cena «live».

 

Para além da dimensão, que é obviamente diferente de Portugal, quais são as grandes diferenças entre actuar lá e cá?

A diferença é que em LA muita gente não me conhece, portanto é uma recepção menos previsível. Em Portugal sei mais ou menos o que esperar de cada público, mas em LA não sei, mesmo de um recinto para outro, o que esperar. Não sei quantas pessoas vão aparecer, não faço a menor ideia. É mais uma aventura, e o público é também mais aventureiro. É muito menos previsível. Por ser LA, mas eu já ouvi dizer que qualquer outro sítio dos Estados Unidos é fantástico tocar ao vivo, porque imagina, enquanto em LA estão tipo mais cem concertos a acontecer por noite, por exemplo em Portland, no estado do Oregon há quatro. Há mais pessoas a aproveitarem a cena musical. Vendes mais fora de LA, a recepção é mais calorosa porque as pessoas não estão podres de ouvir música, é uma coisa especial sair à noite e ouvir um espectáculo. LA não é um bom exemplo para tocar ao vivo, é terrível.

 

Os teus planos são então expandir-te e tocar pelos EUA?

Eu adorava, armar assim uma tournée pelos Estados Unidos. Nem que seja pela Califórnia, começar pequenino, ver a recepção, mas isso requer muito planeamento, muito tempo. Tempo de estrada é tempo que não vais estar no estúdio, ou não vais fazer os projectos em LA…mas eu gostava de começar, talvez para o ano.

 

É nessa altura que vais lançar um novo álbum, o que é que podemos esperar da sonoridade?

O disco tem uma sonoridade muito folk-pop, algo entre Ed Sheeran e One Republic, e tem também umas influências de Lumineers, mas sempre acessível, música bem acessível ao público geral. Tenho explorado muito mais as raízes acústicas, de novo, tenho voltado a essa musicalidade. Estou a gostar de integrar outra vez a guitarra acústica, porque guitarra acústica é um instrumento muito triste. As pessoas associam a guitarra acústica com um certo estereotipo do cantautor, o que não é mau, há muito talento nesse género, mas eu estou à procura de fazer um disco que tenha esse calor do cantautor, mas ao mesmo tempo quebrar um bocadinho as barreiras desse tal género, e pôr um bocadinho de coisas novas. Fazer a fusão entre o folk e o pop. Está-me a sair lindamente, estou a gostar muito do som que tem.

 

Os planos para apresentação desse álbum estão mais focados para os Estados Unidos?

Sim! Quando estivermos o plano e a estratégia do álbum vou voltar e mostrar o álbum ao público, mas tenho os olhos postos nos Estados Unidos por agora, porque estou muito nesse ritmo, mas estou a adorar as minhas vindas a Portugal, as voltas que tenho dado, e as músicas novas têm sido recebidas por um público fantástico, portanto estou com boas esperanças para o disco.

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