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Cave Story em entrevista

Cave Story
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Cave Story em entrevista

No final de 2014, o rock dos Cave Story começava a dar nas vistas, e a banda das Caldas da Rainha editava o EP «Spider Tracks». Em vésperas de subirem ao palco para mais uma festa Black Ballon, no Lux – onde os Capitão Fausto vão tocar músicas de Syd Barret – e numa altura em que foram confirmados para atuar no festival NOS Alive, revelamos como foi a nossa conversa com eles.

 

MYWAY: Vocês lançaram no final do ano passado o EP «Spider Tracks», o que é que vos levou a achar que estas músicas faziam sentido juntas?

Pedro: Olha, foi um processo grande de seleção, por acaso. Nós fizemos muitas músicas, gravámos muita coisa durante o ano 2014, e foi quase um período de reflexão mesmo no final sobre o que é que faz sentido. Mesmo sendo algumas músicas bastante diferentes umas das outras, sentimos que havia alguma coisa que as ligava.

Gonçalo: O quê exatamente, ainda não sabemos, mas sabíamos que era alguma coisa.

 

Há sempre a coisa inicial de fazer uma música como expressão, é o normal. Depois disso, a forma como o fazemos, tem tudo a ver com influências.

 

 

MYWAY: O ano de 2014 foi o de maior consolidação dos Cave Story?

Pedro: Sim, foi o ano em que tivemos a tocar mais, foi o ano em que passámos mais tempo juntos, e naturalmente foi o ano em que produzimos mais.

 

 

MYWAY: O que vos inspira a criar, e a fazer música, é a música dos que admiram?

Pedro: Sem dúvida!

Gonçalo: Principalmente, é. Há sempre a coisa inicial de fazer uma música como expressão, é o normal. Depois disso, a forma como o fazemos, tem tudo a ver com influências. Acho que funciona assim com toda a gente, mas para nós é mesmo muito importante.

 

 

MYWAY: E que influências é que se refletem mais neste EP que estão a lançar agora?

Pedro: Neste EP acho que o que se reflete mais é o pós-punk, punk 70 e 80, e mais tarde o Indie dos anos 90.

Gonçalo: Coisas que se calhar são uma escadinha….

Pedro: Sim, está tudo ligado.

Gonçalo: Nós tentamos também seguir essa «escola», e tentar fazer a nossa coisa dentro do que gostamos, e nos soa bem e interessante.

 

MYWAY: Sentem que algumas dessas músicas que gravaram em 2014 e que não foram lançadas no EP, podem ainda vir a ser lançadas?

Todos: Talvez, algumas.

Pedro: Nós temos um LP a planear, e não sabemos se algumas delas vão entrar nesse LP, mas é possível.

 

 

MYWAY: Sentem que a vossa sonoridade se constrói ao vivo, ou mais no estúdio?

Gonçalo: A sonoridade? É no estúdio, sim, mas ao vivo há outras coisas que ganhamos a tocar uns com os outros. Acho que são duas evoluções paralelas, quase, e a nós interessa-nos tanto uma como a outra. São duas partes do trabalho que fazemos. Têm muito em comum, claro, porque são as mesmas músicas, e as duas coisas estão ligadas, mas não nos importarmos de trabalhar no estúdio de forma completamente diferente do que vamos trabalhar ao vivo.

 

 

MYWAY: Acontece-vos muito, no processo de criação, gravarem coisas que não sabem de onde vieram, e não conseguem repetir?

Gonçalo: Há muitas coisas que acontecem quando estávamos só a gravar um rascunho, e queríamos mesmo conseguir voltar a fazer aquilo, e parece que nunca sai. É porque não é uma questão técnica, foi qualquer coisa que na gravação ficou assim, até por ser um rascunho. É também a piada do lo-fi, e de fazer coisas assim em casa, é que nunca se percebe bem o que é. Se tiver um bocadinho menos de definição – se for uma cassete, um gravador com menos qualidade, até um telemóvel – torna-se ali alguma coisa estranha que não se percebe o que é. Uma guitarra não soar a guitarra pode ser interessante, por exemplo, e isso são coisas que às vezes acontecem nos rascunhos, gostávamos de recriar e nem sempre conseguimos, mas esforçamo-nos para isso. Esforçamo-nos para que esses acidentes aconteçam sempre, e para que fiquem nas gravações finais como uma coisa que nós gostámos. Isso também torna a música menos aborrecida para nós.

 

 

MYWAY: O vosso EP foi precisamente gravado em casa, interessa-vos essa ideia da criação musical com menos filtros, portanto?

Gonçalo: Sim, e de nós próprios estarmos em controlo da nossa estética, e de como é que nós vamos soar. Faz parte daquilo que nós queremos tanto em termos das músicas, como de gravá-las.

Pedro: Mesmo trabalhando com outras pessoas, queremos estar sempre dentro do processo.

 

A festa Black Balloon tem início marcado para as 23 horas, e os bilhetes estão à venda nos locais habituais ao preço de 12 euros.


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