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Joana Espadinha: «Se há coisa que posso dizer deste trabalho é que tem um som próprio»
Chico Buarque, Radiohead, Sérgio Godinho, ou Ornatos Violeta. São estas algumas das muitas influências que se juntam no som de Joana Espadinha, que tem ainda formação Jazz pelo Hot Clube. A mistura, diz-nos, cria um som que é só seu, mas que tal como o mundo, é composto de mudança. Os próximos passos, e o balanço das experiências, na conversa com o MYWAY.
Lançaste o álbum «Avesso» há alguns meses, como é que tem estado a correr?
Tem estado a correr bem, agora é que vamos começar com a maior parte dos concertos. Tivemos o lançamento no início de Junho, que foi muito especial porque era o primeiro disco, tinha a casa cheia de amigos e família…E agora estamos a começar esta parte da estrada, que é super interessante!
Estás a lançar um novo single, o «Sem Rede», que é uma música que dizes ser influenciada pelos Ornatos Violeta. De que forma é que essa influência se reflecte na canção?
Muitas vezes nós escrevemos canções e imaginamo-nos a cantar a música. Eu tenho muitas influências, mas os Ornatos são seguramente uma delas, e o trabalho do Manuel Cruz também, e na verdade, eu imaginei-o a cantar a música. Senti que a música fazia um bocadinho parte desse imaginário. Fui ver o concerto deles quando eles regressaram ao Coliseu, e foi muito especial porque são músicas que marcaram a nossa geração, e continuam. As boas canções ficam, e pronto, é em jeito de homenagem. Não é muito assumido, mas pelo menos a influência tenho lá.
Essas influências de que falas, são muitas e variadas, e nunca tiveste problemas em assumi-las. Conseguiste logo ao primeiro álbum encontrar um som próprio, no meio de tantas inspirações, ou ainda estás à procura?
Eu acho que um artista está sempre à procura do seu som e da música que quer fazer, até porque está em constante mudança. Agora, se há coisa que eu posso dizer deste meu trabalho é que tem um som próprio. Às vezes podem dizer: ‘isto é muito diferente’. É, porque é o que eu gosto de fazer, e é um cruzamento invulgar dessas influências todas, e também daquilo que não podemos explicar, e que acontece.
«Eu acho que um artista está sempre à procura do seu som e da música que quer fazer, até porque está em constante mudança.»
Este caminho de apresentação deste trabalho, e a rodagem das canções, faz com que já percebas como é que vai soar o próximo passo?
Eu acho que já tenho música para três discos, sinceramente. Eu nunca paro de escrever, gosto muito de escrever música, e vou colaborando também com outros artistas, mas a minha música continua a fluir. Depois o processo de selecção para um álbum já é outra conversa, e não é para já, mas também não vou esperar muito tempo, é o que te posso dizer (risos).
E vai ser um som semelhante ao que nos apresentaste até agora, ou há alguma tendência que vás seguir mais?
Eu acho que este primeiro disco, é um disco de canções e pop-rock, mas ainda tem alguma influência da minha formação no jazz. A verdade é que estou cada vez mais a afastar-me dessa influência na minha música. Este primeiro álbum que eu fiz está de certa forma cru porque eu assim o quis. Agora estou a aprender sobre todo esse universo que é a produção, que são os arranjos, e isso vai numa direcção cada vez mais rock
A tua formação Jazz surgiu quando ainda estavas no Curso de Direito, e foste para o Hot Clube. Essa mudança foi uma viragem do avesso, como diz o teu álbum, ou a música já vinha de trás?
A música já vinha de trás, mas foi uma viragem do avesso. Eu fui para o Hot Clube quando ainda estava a meio do curso de Direito, e fiz as duas coisas. Depois quando acabei fui para Amesterdão, para o Conservatório, e aí é que foi uma viragem completamente do avesso, porque saí de casa, saí do país. Essa experiência foi muito marcante, porque foi lá em Amesterdão que eu comecei a escrever música. Foi um salto grande.