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Lady Gaga na MEO Arena: O Monstro Pop vive

Lady Gaga na MEO Arena

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Lady Gaga na MEO Arena: O Monstro Pop vive

A captação de imagens do concerto não foi autorizada

 

No dia em que actuou em Lisboa, Lady Gaga celebrava um ano de ARTPOP. O álbum, que apresentou em Lisboa, não vendeu tanto quanto o esperado, nem foi tão bem recebido como pretendido, e manteve a cantora mais longe dos tronos pop que anteriormente lhe pertenceram. Apaguemos tudo isso da memória, e concentremo-nos na noite de 10 de Novembro de 2014. Em Lisboa, Gaga não se mostra envergonhada, abatida, ou retraída com a mudança na carreira, mas orgulhosa pelo objecto que criou e que agora celebra um ano. A noção de espectáculo, a performance vocal imaculada, as declarações de amor aos fãs, e a luta pelos direitos da comunidade LGBT estiveram juntos em palco, e nunca se atropelaram. Barulhenta, caótica, e livre. Lady Gaga não cede na identidade, e esteve em excelente forma na MEO Arena.

«Quando eu morrer, vão olhar para a minha vida e dizer, ‘ela era especial, mas os fãs eram mais’», disse Gaga, ainda perto do início do concerto, e a afirmação serve de resumo do espírito que atravessou as duas horas de concerto. Gaga foi sempre trocando juras de amor com os fãs, enquanto defendia a liberdade criativa, o espírito rebelde, e o direito a que a diferença seja tratada com igualdade: «disseram-me que eu era demasiado diferente, mas isso para mim é uma coisa boa. Quer dizer que os ouros são todos demasiados iguais. Quando te tentarem mandar abaixo, aumenta ainda mais a tua personalidade», disse a cantora, que cumpre o que pede em palco.

Lady Gaga pode ser muitas, por isso é todas. Num palco que ocupa grande parte da plateia da MEO Arena, e que conta com uma ponte transparente debaixo da qual alguns fãs se encontravam, a cantora vai desfilando perucas e cenários. Em duas horas, a cantora teve o cabelo loiro curto, comprido castanho, ou preto encaracolado. Os cenários sucedem-se, os bailarinos transformam-se, e tanto vemos levantar uma pequena floresta insuflável para «Venus», do no álbum, como vemos a cantora surgir com tentáculos semelhantes aos de um polvo com padrão de dálmata em «Paparazzi». Foi precisamente uma «Paparazzi» desacelerada e emotiva a marcar um dos melhores momentos do concerto. No início do concerto, a cantora dizia que se estavam à espera que tocasse os «hits», podiam ir saindo, mas o destaque a «ARTPOP» não retirou espaço a «Just Dance», «Poker Face», e «Telephone», interpretados todos de seguida, antes de os seus músicos preencherem o espaço da mudança de roupa. Em «Do What U Want», originalmente dueto de R Kelly no novo «ARTPOP», Gaga sobe a uma altura impressionante numa cadeira prateada em formato de mão, e exibe as subtilezas que a sua voz também alcança.

O tema «Born This Way», que se tornou um hino para a luta pela igualdade para a comunidade LGBT, foi tocado ao piano em versão acústica. Em palco, a cantora não esteve sozinha, depois de ler uma carta de uma fã, chamou-a ao palco. A rapariga, Laura contava que acompanhou a digressão europeia por vários países, e não queria que esta chegasse ao fim. Revelava ainda a importância de Gaga e das suas canções para ultrapassar os problemas pessoais, e Gaga chamou-a para a acompanhar na canção. O momento foi bonito e emotivo, mas ficou a água na boca por um «Born This Way» com a força que o original apresenta.

Entre danças e mudanças de roupa, há espaço para um momento mais sexual, com a introdução de «Edge Of Glory» a ser colada a «Judas», antes de «Sexxx Dreams», ou «Mary Jane Holland. De casaco de cabedal e tanga (como esteve quase sempre), a cantora trouxe ao segmento o visual do vídeo de «Judas», e mais uma vez, verifica-se que a verdade de Lady Gaga não quer dizer sempre crueza. A cantora é teatral nos movimentos, na atitude e na dança, e todos os detalhes (são muitos) são pensados, mesmo que isso implique dançar de forma aleatória com uma série de cadeiras.

Além de todo o brilho, e de todos os confettis, Gaga sentou-se muitas vezes ao piano, e deixou a voz brilhar. Foi isso que aconteceu em «Dope», um dos momentos mais celebrados pelos fãs. Também a versão de «Bang Bang», que partilha com Tony Bennett no álbum de colaboração «Cheek To Cheek», mostra a cantora com a mesma teatralidade (e de peruca aos caracóis em casaco de cabedal vermelho), mas com a voz a ser protagonista da peça.

Para o final, o inevitável «Bad Romance», com Gaga e bailarinos em trajes fluorescentes, depois de a cantora ter trocado de roupa em cima do palco. A fechar, no encore, «ARTPOP» regressa com «Gypsy», a começar acústico antes de explodir em festa.

A MEO Arena esteve muito longe de esgotar, mas a verdade é que o mesmo aconteceu com Miley Cyrus, cantora fenómeno dos últimos tempos. A dúvida que sobra é se «ARTPOP» foi um percalço, ou o início de uma queda anunciada. Ouvindo Gaga a cantar com Tony Bennet, e vendo-a em palco, parece-nos que há muito por onde Gaga se pode reinventar, sem perder a identidade que apregoa.

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