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NOS Primavera Sound ’15 – Reportagem do 1º dia
Patti Smith e FKA Twigs. Duas das artistas mais aguardadas da edição de 2015 do NOS Primavera Sound subiram ao palco no primeiro dia do festival, que levou ainda multidões aos concertos de Interpol e Caribou. O festival com um dos recintos mais bonitos e agradáveis do país está de volta ao Parque da Cidade, no Porto, para mostrar que não é por faltarem raios de sol que se acaba a primavera. Voltámos a subir e descer colinas, e a reportagem concerto a concerto segue agora.
18h50 – Mikal Cronin
Começamos a nossa viagem pelo NOS Primavera Sound ao som das guitarras de Mikkal Cronin, que nos parece o encaixe perfeito numa edição que recupera muitos dos nomes do imaginário indie dos anos 90/2000 (veja-se Dead Cab For Cutie, Belle and Sebastian, ou Damien Rice). O concerto de rock emocional a pedir contornos épicos passou discreto no final de tarde, com bons momentos como o glorioso «Weight», ou «iii) control».
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20h – Patti Smith
Na primeira de duas atuações de Patti Smith no NOS Primavera Sound, o mote era: «acoustic/spoken word». Não foi por isso de estranhar que durante mais ou menos uma hora o festival tenha passado a ser para gente sentada, com direito a milhares de cadeiras alinhadas no Palco Pitchfork. Não durou muito, porém, o descanso, e logo à chegada da artista a palco, foram muitos os que largaram as cadeiras para a aplaudir de pé, com a reverência que as lendas exigem, sem que a peçam.
Patti Smith abriu o concerto de areia nos pés, e a cantar «Dancing Barefoot». Com as sardinhas que comeu, e o vinho do porto que bebeu na recordação que partilhou com o público, a artista trouxe ao Porto um concerto curto, e tão profundo quanto à flor da pele. Celebrou-se os que agora chegaram ao mundo com uma delicada versão de «Beautiful Boy», de John Lennon, e evocou-se os que partiram, com uma arrepeiante dedicatória especial ao matemático recentemente falecido, John Nash.
A palavra é sempre protagonista das canções da Sra. Smith, mas este não foi concerto declamado. O formato era acústico, mas não completamente despido, e houve espaço para o arrebatamento nos inevitáveis clássicos «Because The Night», e «People Have The Power». Amanhã, Patti Smith regressa, desta vez ao Palco NOS, para um concerto especial dedicado ao clássico «Horses». Os braços que hoje a receberam continuarão abertos, e as vénias prontas.
Patti Smith não autorizou a recolha de imagens do concerto
20h – Mac DeMarco (as imagens)
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21h10 – FKA Twigs
O concerto de FKA Twigs era um dos mais esperados do NOS Primavera Sound. O álbum que editou o ano passado, «LP1», foi quase unanimemente considerado um dos melhores do ano, e o estilo vanguardista. O concerto de Twigs era o primeiro em Portugal, e não desiludiu quem tinha as expectativas elevadas.
Compreendendo-se que um contexto de festival não ajuda uma artista cuja estética faz de forma tão vincada parte da sua personalidade musical, Twigs trouxe três músicos, soube abraçar o palco e o tempo que tinha em mãos. Mulher-performance, serpenteou pelo palco como uma divindade de uma galáxia distante. Sexual e profundamente hipnotizante, Twigs subiu ao palco «envolta» em fogo simbolizado pelas luzes de palco, e recebeu mais celebração do que concentração do lado de cá do palco em temas como «Video Girl», «Numbers», «Glass and Patron», ou «Two Weeks». No final, o corpo de serpente e a voz de canto de sereia encantada deixou para trás um rasto de brilho, e a garantia de que agora éramos todos seus amigos. Como bons amigos, esperamos que não perca o nosso contacto.
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22h20 – Interpol
Velhos conhecidos do público nacional, os Interpol continuam a arrastar com eles uma multidão considerável. O caso NOS Primavera Sound não foi diferente, e a banda de Paul Banks conseguiu uma das maiores molduras humanas da noite. O concerto, por seu lado, não chegou para aquecer a noite fria.
Será surpresa para muito poucos a falta de entusiasmo natural aos Interpol ao vivo, mas o concerto do Porto foi pouco mais do que monocromático, e a classe distante não pareceu passar de frieza indiferente. O motivo da visita era o álbum «El Pintor», mas a banda percorreu a carreira, e foi muito celebrada em canções como «Evil», «Pioneer To The Falls», ou «Slowhands» a chegar antes do encore. A reta final foi, precisamente, a mais feliz. Além de «Slowhands», «PDA», «Stella Was a Diver and She Was Always Down», e «All The Rage Back Home» fizeram o concerto aterrar em segurança, e quase compensaram o que faltou antes. Quase.
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00h00 – Juan MaClean Live (as imagens)
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Caribou
Caribou subiu ao palco depois de The Juan MacLean terem feito o aquecimento para a dança, e foram muitos os que quiseram dançar pela madrugada fora. Um dos artistas mais respeitados e celebrados da música eletrónica atual, abriu logo a atuação com o single «Our Love». O branco que os músicos vestiam a contrastar com o colorido do pano que adornava o palco combinou com as canções tão orgânicas quanto eletrónicas, tão flutuantes quanto frenéticas.
Caribou não autorizou a captação de imagens