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Rita Braga: «não me interessa estar a fazer músicas iguais»
«Gringo em São Paulo» é o nome do mais recente EP de Rita Braga, que se diz confortável em qualquer parte, desde que «haja as pessoas certas». Fomos falar com ela.
MYWAY: Estás a lançar o EP «Gringo em São Paulo». É um postal em versão musical do tempo que passaste na cidade
Rita Braga: É uma espécie de postal…Só a finalização do som – a masterização e mistura – é que foi feita em Portugal, mas toda a composição, gravação e arranjos foi feita no Brasil.
MYWAY: Sentes-te influenciada pelas cidades por onde passas, ou a inspiração vem de outro lado?
Rita Braga: Neste EP, a minha ideia, a minha missão no Brasil, era mesmo fazer um disco lá. O conceito era mesmo ser um disco de São Paulo.
MYWAY: Foi fácil criar um EP já à volta de um conceito definido dessa forma?
Rita Braga: Nas canções depois acabaram por surgir coisas variadas, mas como eu já tinha estado lá uma vez, e tinha formado uma banda ao vivo, e tinha um sítio para gravar, aproveitei para estender essa ligação com o Brasil, e fazer o trabalho lá.
MYWAY: Tendo já essa ligação ao Brasil, e depois de passares por várias cidades mesmo fora do país, sentes-te sempre «gringa» nos sítios por onde passas?
Rita Braga: Acho que – tirando assim algumas raras exceções – me adapto com alguma facilidade a ambientes diferentes. Desde que haja as pessoas certas, não interessa tanto o país.
MYWAY: Este trabalho é bastante diferente do primeiro. A língua em que cantas, o conceito, o facto de serem originais…isto marca uma nova fase, ou é só mais uma etapa, e os próximos também serão diferentes?
Rita Braga: Eu acho que este disco marca uma transição para futuros trabalhos, porque a partir de agora interessa-me mais trabalhar composições minhas, apesar de continuar com as versões ao vivo. Mas acho que também tem alguma ligação com o primeiro. No primeiro cantei várias línguas, agora estou a experimentar vários sotaques, e também todas as músicas são um pouco diferentes. Também são arranjos principalmente acústicos, e acho que o próximo será mais eletrónico. Acho que é uma boa transição entre o primeiro e o que aí vem.
MYWAY: Interessa-te seres quase camaleónica entre canções, mesmo que tenhas, neste caso, um conceito bem definido?
Rita Braga: Acho que a minha identidade é esse lado eclético, que se transforma. Não estou à procura de uma coisa estanque, mas deixo-me ir beber a muitas influências. Neste disco tive influências não só brasileiras, mas basicamente tudo o que me rodeava marcou o disco.
MYWAY: Essa transição entre estilos num faz-se naturalmente?
Rita Braga: (Risos) Naturalmente saem-me coisas diferentes…não sei, não me interessa estar a fazer músicas iguais, e estou um bocado a explorar novos estilos. Acho que isso é que faz a minha identidade.
MYWAY: Já pensas, então no trabalho que vem a seguir a este EP?
Rita Braga: Sim! Já estou a gravar várias vozes, e demos para um futuro disco, que vai ter mais teclados antigos, analógicos, caixas de ritmos…por aí.