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Vitorino Voador: «Há uma razão para continuar a fazer esta música»

Vitorino Voador

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Vitorino Voador: «Há uma razão para continuar a fazer esta música»

João Gil é músico nos Diabo na Cruz; You Can’t Win, Charlie Brown; e Hombres con Hambre. No meio, veste a capa e nasce Vitorino Voador, super-herói das canções, que vai crescendo a cada novo disco. «O dia em que todos acreditaram» é o primeiro longa-duração, depois do EP homónimo, e João Gil falou connosco sobre ele, ainda sem a capa.

 

MYWAY: Lançaste o teu primeiro álbum a solo, sob o nome de Vitorino Voador, e chama-se «O dia em que todos acreditaram». Foi nesse dia que decidiste lançar-te em nome próprio?

Vitorino Voador: Não. O dia em que todos acreditaram é uma coisa que eu desejo que aconteça…sinto que é uma coisa que estou a começar. Já tenho o EP, mas ainda é só um passinho pequenino naquilo que quero fazer. O dia em que todos acreditaram acaba por ser uma coisa que quero que aconteça, as pessoas acreditarem naquilo que eu faço, assistirem aos meus concertos, saírem de lá felizes…tem a ver também com a história do Vitorino Voador, que tento contar em paralelo com a minha, quase como se fosse um maluquinho com duas personalidades. Tem muito a ver com isso, é um querer que as pessoas acreditem naquilo que eu faço.

 

 

MYWAY: O primeiro EP foi, então, a primeira pedra lançada para chegares a esse objectivo?

Vitorino Voador:Não foi uma coisa planeada, vou fazendo as músicas, as coisas vão acontecendo, e agora que estou neste ponto vejo que foi um caminho que acabou por ser traçado. Ainda estou a descobrir qual é o meu lugar no meio disto tudo. Não posso dizer que este disco é exactamente aquilo que quero fazer no futuro, é um passo para lá chegar. Mas sem dúvida que o EP foi fundamental para chegar aqui.

 

 

MYWAY: Pode dizer-se que ainda não chegaste à tua identidade exacta enquanto artista a solo?

Vitorino Voador: Sim, talvez. Também é um bocado complicado falar sobre isso, porque se calhar nunca vou chegar a isso. Pode ser uma coisa que vou procurar uma vida inteira, e se calhar é isso que acaba por me fazer continuar a compor, e a fazer músicas de uma forma tão interessada. Não sei, é aquela eterna busca de que se fala.

 

 

MYWAY: Tu trabalhas em projectos com sonoridades muito opostas, Diabo na Cruz, You Can’t Win Charlie Brown, Hombres con Hambre. Lançares-te a solo foi uma forma de definires a tua sonoridade própria.

Vitorino Voador: Acho que sim. Vitorino Voador surge precisamente pela necessidade de não deitar fora músicas que fazia, e que não se encaixavam nas bandas em que toco – especialmente Diabo e Charlie Brown – mas eram coisas que eu gostava bastante. Isso fez com que eu me chegasse à frente com uma coisa só minha, onde podia apresentar as minhas músicas, e mostrar às pessoas o que é que andava a fazer. Na verdade, no início, em era tanto mostrar às pessoas, era mesmo só a necessidade de fazer alguma coisa com aquelas músicas e não sentir que as tinha deitado para o lixo, ou metido numa gaveta. Depois aquilo acabou por se tornar uma coisa um bocadinho diferente do que eu tinha imaginado, as pessoas gostaram mais do que eu estava à espera, e acabei por ter concertos em sítios maiores do que eu esperava, e percebi que há um lugar para o Vitorino Voador, e uma razão para continuar a fazer esta música.

 

 

MYWAY: Quando compões é uma necessidade de catarse, não pensas no conceito do projecto?

Vitorino Voador: É uma coisa que tem uma razão de ser, e cada vez mais se torna numa história que quero contar, uma história minha, ou do Vitorino Voador, mas o início mesmo foi zero pensado. Não havia um único objectivo a não ser o de aproveitar o que estava ali a fazer naquele momento.

 

 

MYWAY: Que história do Vitorino Voador é essa de que falas?

Vitorino Voador: O Vitorino Voador é uma personagem que eu criei, que tem a ver com umas confusões com o meu nome nuns concertos de Diabo, que deram origem ao nome Vitorino Voador. Depois acabou por se tornar numa personagem que imagino sempre como um super-herói de banda-desenhada, o que me dá gozo, porque eu sempre gostei de banda-desenhada e ainda hoje tenho a minha colecção guardadinha. Nas músicas que faço, acabo por fazer esse paralelo e contar também a história dessa personagem. É engraçado porque isso umas vezes facilita-me na composição, e na escrita das letras, porque consigo facilmente ligar-me a essa personagem. No EP ele estava naquela fase clássica dos super-heróis que ninguém conhece, e ninguém sabe que existem a não ser uma coisa a passar depressa. Agora está naquela fase em que já sabem quem ele é, já podem contar com ele, e já o chamam para salvar aqui e ali. Na minha cabeça já tenho histórias…se eu quisesse fazia agora quatro discos só com a história do Vitorino Voador, mesmo que não tivesse uma minha para contar. O que está mais fechado é a história dele.

 

MYWAY: Já tens planos para quando vais começar a trabalhar nesses próximos álbuns, quando é que ele vai evoluir?

Vitorino Voador: Esse é um dos meus grandes problemas. Eu acho que estou tipo dez quilómetros à frente daquilo que devia, o que é altamente prejudicial para mim. Por exemplo, na altura do EP, eu já andava a pensar no disco, e agora que o disco saiu, já estou a pensar no outro. Neste momento, o que me apetece mais é ir para o estúdio gravar músicas novas, mas não posso, porque senão não sei tocar estas ao vivo.

 

MYWAY: Significa isso que quando chegam ao palco, as músicas já têm o seu ciclo de vida fechado?

Vitorino Voador: Quer dizer, não acabou o ciclo de vida delas, mas lembro-me que por exemplo, no EP tinha aquele single que era a «Carta de amor foleira», e quando cheguei ao primeiro concerto, quase pus essa música de parte e comecei a tocar o single deste novo disco. Isso fez com que eu me desinteressasse um bocado das músicas que realmente tinha de tocar, e tocasse aquelas que ninguém conhecia. Agora, o que tive de fazer foi proibir-me a mim mesmo de compor, ter calminha, e fazer aquilo que tenho de fazer.

 

 

MYWAY: Já tens planos para essas apresentações ao vivo?

Vitorino Voador:Tenho! Apesar de o álbum ter saído agora, só vou começar a tocar no final de Fevereiro, início de Março. Estou com a agenda de Diabo na Cruz preenchida em quase todos os fins-de-semana, o que é óptimo, não me estou a queixar, mas complica um bocado a agenda de Vitorino Voador. Assim que acalmar um bocadinho, arranco com Vitorino Voador, e vamos ver como é que corre!


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