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Deau: «É bom saber que não fiquei esquecido»

Deau
©Divulgação oficial

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Deau: «É bom saber que não fiquei esquecido»

Aos 18 anos, Deau escrevia que a sua ambição na vida era «fazer música de rua e levá-la à Casa da Música». Aos 26, cumpre-o. Com um novo álbum a caminho, o rapper vai atuar numa das mais importantes salas portuenses para pré-apresentar o trabalho que marcará o fim de um ciclo. Ao MYWAY, Deau conta o que aí vem, e como chegou aqui.

 

MYWAY: Há dez anos subias pela primeira vez a um palco, e agora preparas-te para atuar na Casa da Música, sala mítica do Porto. Previas chegar aqui nessa altura em que deste o primeiro concerto?

Dei o meu primeiro concerto em 2005 no Hard Club, e na altura esse era o meu objectivo, e foi concretizado. Depois, quando tinha 18 anos tinha uma rima que dizia: «a minha ambição na vida é uma coisa única/fazer música de rua e levá-la à Casa da Música». Isso foi em 2008, e passados estes anos todos estamos a concretizar esse feito. Foi difícil, e acho que só agora é que faz sentido, com a maturidade que conseguimos, e o caminho do primeiro álbum, a pré-apresentação do segundo álbum faz todo o sentido nesse sítio.

 

MYWAY: O que é que a rua te ensinou que te faz saber que tens agora a maturidade de que falas?

O trabalho, a dedicação, o fazer por mim, ser autodidata, todas essas características.

 

O teu primeiro álbum foi precisamente uma edição independente. Sempre tiveste a certeza que não ias desistir deste objectivo?

Na altura eu pensei: ‘ouvir um não é desmotivador’, então tentei reunir todas as condições possíveis para que tudo fosse favorável. Desde miúdo comecei a ir trabalhar para o estrangeiro para pagar a faculdade e a edição do primeiro disco. Na altura que tínhamos o disco pronto foi o culminar de todo esse esforço, e nem pensámos duas vezes. Lançámos de forma independente, e correu extremamente bem. Vendemos as cópias, tivemos concertos de norte a sul do país, o que foi ótimo para o resultado dos nossos objectivos.

 

MYWAY: Já vem aí novo álbum para este ano, certo?

Sim sim, quase de certeza sai em abril, e é o meu segundo álbum. Já tenho músicas que tinha feito até antes do primeiro disco sair, mas é o culminar de um ciclo, e faz sentido editar este trabalho.

 

MYWAY: Sentes que este álbum fecha uma fase, ou já faz parte do começo de outra?

É o fim de uma, e o começo de outra. Alguns temas já vão ficar para o próximo trabalho porque não se enquadram neste registo.

 

MYWAY: Que registo é esse?

É um registo mais próprio, mais biográfico. O primeiro se calhar foi mais a afirmar-me sobre a luta que foi até ter um disco, e apresentar-me às pessoas. Neste sinto que as pessoas já me conhecem, e é um registo mais pessoal. É uma continuidade do meu primeiro trabalho, mas de uma forma mais madura.

 

MYWAY:  Já sentes que a partir deste álbum vai ser diferente?

Sim. A partir do primeiro já foi diferente, ocorreram algumas coisas que não estava à espera, e agora também já estão a acontecer algumas coisas com este single, que está a ter um feedback positivo, e esperamos que continue a ter essa receção. É bom saber que não fiquei esquecido, e que as pessoas sentiram a ausência.

 

MYWAY: O teu mais recente vídeo, «Diz-me Só», conta com a colaboração do artista Miguel Januário (+/-), e já o vídeo do single «Andorinha» tinha um visual muito forte. Vês a imagem como uma extensão da tua música?

Felizmente estamos a conseguir isso. No primeiro disco foi mais difícil, era um objetivo pessoal trabalhar com esse artista que é o Miguel Januário, é um artista que eu prezo, gosto muito do trabalho dele, e julgo que a estética que conseguimos foi ao encontro das nossas expetativas, e dessa maturidade a que queremos chegar nesta fase. Acho que ele é a pessoa mais indicada…sinceramente não havia outra.

 

MYWAY: O que é que podemos esperar do concerto na Casa da Música?

Será uma pré-apresentação do meu disco. Será exposto cerca de 50% do disco, e vamos dar um cheirinho do que pode vir a ser este próximo trabalho.


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