Connect with us

Diabo na Cruz no Tivoli: Por dentro do regresso à vida de estrada

Diabo na Cruz no Tivoli

Notícias

Diabo na Cruz no Tivoli: Por dentro do regresso à vida de estrada

Era um concerto de muitos desafios, o dos Diabo na Cruz no Tivoli. A banda regressava à sala que encheu em junho passado num concerto gratuito, e regressava à estrada depois de uma ausência forçada devido a doença de Jorge Cruz. A boa forma da banda e a dedicação do público foram provados logo nos primeiros momentos, e os desafios principais estavam ultrapassados. O que nós não sabíamos é que um Diabo tinha um ainda maior, e chegaria ao concerto com namorada, para sair com noiva. Já lá vamos, que há muita vida nesta estrada.

no images were found

Um concerto de Diabo na Cruz é uma receita apurada de emoção e precisão. O início faz-se solene e quase blues com «Canção do Monte», mas o tom muda rápido e a locomotiva ganha balanço com «200 mil horas», primeira faixa do novo e homónimo álbum da banda. A canção de otimismo de mangas arregaçadas lança o tom que domina os temas de Diabo na Cruz, e viria a dominar o concerto. Sem ser preciso pedir, as pessoas vão-se levantando uma a uma, até que todo o Tivoli está de pé. A partir daí, ninguém parou. «Combate com Batida», e o infalível «Tão Lindo» seguem a festa sem deixar cair a bola no chão, e o single «Ganhar o Dia» é cantado com sorrisos aberto e certeza nas palavras.

no images were found

no images were found

 

Já o concerto ia lançado, de cachecóis esquecidos nas cadeiras e ancas soltas, quando a banda arranca para «Casamento», do primeiro «Virou», e João Gil – teclista da banda que a solo assina como Vitorino Voador – passa ao microfone, e começa por agradecer a presença de uma plateia confusa. De seguida, o músico fala sobre o seu amor de dez anos, e os «Awww» coletivos antecipavam o que aí vinha. Chamada a namorada ao palco, uma tímida Joana encontra um João de joelhos e anel na mão para um pedido de casamento. Dito o sim, os nervos atrapalham a colocação do anel, e há comoção traduzida em abraços, e claro, o sim que deu mais luz ao concerto. Resta saber se a cerimónia terá lugar junto à fonte das lezírias, ou na rotunda do Cacém.

no images were found

 

Feito o pedido, continuou a música. Acaba-se casamento, e a versão de «Lenga Lenga», dos Gaiteiros de Lisboa, faz a transição do tom para o peso de «Roque Popular». Jorge Cruz explica que é mentira que a banda não goste do álbum, e «Luzia» acalma o ritmo, tocada só com voz e teclas, antes de o resto da banda se juntar a meio do tema, adufe incluído. O regresso a «Diabo na Cruz» fez-se a bordo de «Saias», com Jorge Cruz a descer à plateia de guitarra na mão. «Dona Ligeirinha» e «Sete Preces» deixam as primeiras filas a dançar o vira até chegar a catarse coletiva de «Vida de Estrada».

no images were found

 

Pedido o encore, a banda regressa, e Jorge Cruz vem de t-shirt dos The Smiths e referencia o seu guitarrista Johnny Marr ao referir-se a Sérgio Pires e a sua braguesa. O que aconteceu a seguir não teve nada a ver com The Smiths. «Moça Esquiva» de beat a cheirar hip-hop e sample bem-humorado, é uma das canções de culto do último trabalho da banda por fugir à sua tradição sonora. Da tradição é já o comboio nos concertos, e desta vez chegou com os Santos, para terminar em épica invasão de palco durante «Fecha a Loja».

no images were found

 

As chamadas para segundo encore eram muitas, e a banda regressa já de casacos na mão para «Mó de Cima», e «Armário da Glória». No final, ficamos com a sensação que Diabo na Cruz chegaram ao terceiro álbum com a identidade completamente afinada, e o equilíbrio entre roque e tradição encontrados em som Diabo na Cruz. O público responde à altura, e é apaixonado na reação, tornando cada concerto uma viagem dentro do mesmo barco, onde ninguém, ninguém, ninguém, ninguém os vai incomodar.

no images were found


Mais em Notícias

Advertisement

Mais Lidas

Advertisement
To Top