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Fomos ao EDP Cool Jazz e passámos «uma noite com Mark Knopfler»

©Nádia Dias

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Fomos ao EDP Cool Jazz e passámos «uma noite com Mark Knopfler»

Passavam poucos minutos das 21.30h quando um estádio, em Oeiras, esgotado com 12 mil pessoas, vislumbrou finalmente o mestre Mark Knopfler e a sua banda. Os veteraníssimos juntaram-se em palco e Knopfler garantiu, no seu tom bem disposto, que aliás manteve toda a noite, que se as pessoas aplaudissem de pé, no final, teriam direito a dois encores. E assim começou «uma noite com Mark Knopfler». Noite essa, que nem o vento conseguiu estragar…Criou-se um ambiente místico, bem ao jeito do mestre quando toca o seu folk descontraído em «Privateering» e só faltava mesmo uma lua cheia.

Os sons que ecoaram pelo Parque dos Poetas, podiam ressuscitar qualquer Fernando Pessoa ou Eugénio de Andrade interessados na sintonia de guitarras, a serem trocadas sucessivamente, baixos, violinos e flautas. De repente, ouve-se um «Skyyyyy…skyyyyy…» a sugerir «Skydiver» e as vozes, muito tímidas, faziam rir o cantor que continuava a puxar por elas. Só com as palmas é que ganharam força, dando espaço para um improviso na percussão.

A noite estava cada vez mais íntima, e apropriou-se de cada espectador. Os olhos azuis da vedeta combinavam com o seu, já muito branco, cabelo e tudo começou a fazer mais sentido, quando os Dire Straits foram reencarnados pela voz do escocês. A banda que eternizou este senhor estava viva e todos quiseram senti-la. Depois dos clássicos «Romeo and Juliet», onde nas partes mais faladas que cantadas o concerto ganhou muita sensualidade, e «Sultans of Swing», uma multidão ficou ao rubro, sobretudo, nesta última, no sempre tão esperado instrumental (que Knopfler já faz de olhos fechados). Mas a noite só aqueceu com o saxofone rouco que entoou «Latest Trick» e deixou todos a ferver e a subir até às estrelas.

Mark não poupou os elogios aos seus 8 magníficos, presentes em palco, e manteve a boa comunicação com o público português até ao final do espetáculo. Seguiram-se constantes instrumentais, que intercalavam as músicas, e a expressão apática e altamente concentrada de Knopfler foi uma das imagens que ficou registada na memória de quem assistiu àquela combinação de boa música e bom gosto.

Quando se ouviu «Going Home», calculou-se que era a despedida de uma noite que valeu o dinheiro gasto nos bilhetes. Mas como prometido, logo no início do discurso do cantor, as standing ovations imparáveis trouxeram de novo ao palco a música dos Dire Straits com «Far Away». E foi para bem longe deste mundo que a «noite com Mark Knopfler» nos levou, sem promessa de regresso, mesmo depois do acender das luzes.

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