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Gerard Way em entrevista: «Não pensei demasiado neste álbum»

Gerard Way no Armazém F
©Fotografia por Nádia Dias para o MYWAY

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Gerard Way em entrevista: «Não pensei demasiado neste álbum»

Gerard Way foi a voz dos My Chemical Romance, mas sobe agora aos palcos em voz própria. O tempo era curto, mas chegou para que o músico contasse ao MYWAY como foi criar um álbum «às escondidas», revelasse como é ser um «Hesitant Alien» na indústria, e falasse dos planos para o que aí vem. A entrevista está a baixo, e a reportagem do concerto está aqui.

 

 

MYWAY: Lançaste em Setembro o teu primeiro álbum a solo, e tem influências de bandas que ouvias quando crescias, enquanto adolescente. Foi uma forma de começar onde paraste quando os My Chemical Romance se formaram?

GERARD WAY: Essa é uma excelente questão, e acho que é uma observação muito acertada. Sinto que de muitas formas, lançar-me a solo foi como voltar a esse momento imediatamente antes de eu começar os My Chemical Romance. É como começar de novo de uma forma diferente, meio abstracta. Sim, sinto isso, sinto que estou a recomeçar nesse momento, como se tivesse uma máquina do tempo.

 

 

MYWAY: Li que o termo «Hesitant Alien» (nome do álbum, que se traduz por extra-terrestre hesitante) é como te sentes muitas vezes na indústria. Foi fácil criar o teu espaço na música, sentindo-te como um «Hesitant Alien»?

GERARD WAY: É sempre desafiante, com todo o barulho à tua volta, entrar dentro dessa bolha e fazer alguma coisa sem que essas forças exteriores a condicionem. Este álbum foi óptimo porque senti que o estava a fazer em segredo, e praticamente foi. Trabalhei com o meu produtor fora de horas, e ninguém sabia que o estávamos a fazer. Não creio que vá voltar a ter esse luxo.

 

Estou no início dos planos do que vem aí, e acho que preciso de estar, porque quero regressar ao estúdio em Setembro.

 

MYWAY: Também VI que planeias tudo com antecedência, já tens planos para um álbum novo?

GERARD WAY: De facto planeio tudo com antecedência, mas estava a tentar fazê-lo menos desta vez, seguir o meu instinto, ouvir o que diz o meu coração. Estou no início dos planos do que vem aí, e acho que preciso de estar, porque quero regressar ao estúdio em Setembro.

 

 

MYWAY: Já tens noção de que som vais ter para o próximo álbum?

GERARD WAY: Mais ou menos…tenho andado a compor, e os arranjos soam-me mais complexos. Também sinto que há uns elementos de música soul. Planeio usar muito mais instrumentos, e muito menos fuzz. É interessante porque é uma direcção que eu nunca tomei.

 

 

MYWAY: Trabalhas também em diferentes tipos de arte, não só música. Sentes que esta é influenciada por esses projectos?

GERARD WAY: Aprendi que estão todos ligados. Quer gostes ou não, é tudo circular, e muito ligado. Uns alimentam os outros, e é como se tivesses de respeitar isso para fazer a melhor arte que podes. Se te desligares de uma coisa porque estás a trabalhar noutra…digamos que estou a fazer um álbum conceptual muito triste, focado no piano. Teoricamente, não me permitiria fazer uma banda-desenhada que reflectisse isso, mas agora aprendi que tens de conseguir fazer todos ao mesmo tempo. Aliás, o eu que eu estou a dizer agora nem sequer faz sentido, porque eles iriam alimentar-se um do outro, se fizesse um álbum triste, focado no piano, provavelmente faria bandas-desenhadas tristes, focadas no piano.

 

 

MYWAY: Desde o ano passado que tens vindo a apresentar o teu álbum ao vivo, sentiste-te de imediato confortável na pele de artista em nome próprio?

GERARD WAY: Isso foi algo que tive de aprender a fazer enquanto criava o álbum. Não sabia se era um projecto a solo, não sabia o que era, estava só a criar as canções, e depois percebi que sou muito ecléctico, e inevitavelmente as coisas vão mudar, portanto era altura de tomar propriedade enquanto artista a solo. Tinha de fazer isso.

 

MYWAY: Portanto, a parte de criar um álbum não foi tão planeada quanto planeias tudo o resto?

GERARD WAY: Não, não foi. Na verdade teve muito a ver com o primeiro instinto. Especialmente canções como «Millions», escrevi-a, toquei-a com o James, ele tocou guitarra, eu cantei, e de repente era uma canção. A «Zero Zero» era uma canção para a qual tinha um riff, e tornou-se uma canção completa passado dez minutos. Não pensei demasiado neste álbum.

 

 

MYWAY: Esta não é a primeira vez que vens a Portugal, já actuaste por cá duas vezes, com os My Chemical Romance. Tens algumas memórias do país?

GERARD WAY: Eu tenho uma memória de estar numa sala de concertos, e de uma colina. Era tipo uma rua com uma colina enorme, e lembro-me que estava cheia de pessoas à espera para entrar no concerto, é tipo a minha única memória de Portugal, foi tocar nesta sala grande, que tinha uma colina enorme, e pessoas sentadas na colina.

 

MYWAY: É uma boa memória!

GERARD WAY: É, acho que sim!

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