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Royal Blood no Coliseu de Lisboa: Reportagem
Uma hora. Foi só esse o tempo que os Royal Blood precisaram para esmagar um Coliseu de Lisboa praticamente cheio. Sem cedências, ou perdão, o concerto da dupla britânica cumpriu ao detalhe as expectativas e esperanças de quem os tinha ouvido em disco, e deixou a sensação de atropelamento por uma debulhadora rock. No melhor sentido possível.
Ainda antes dos Royal Blood, os Bad Breeding subiram ao palco e ajudaram a matar, e ao mesmo tempo aumentar a sede de riffs que a plateia mostrava de forma tão evidente. Assim, quando Kerr e o baterista Ben Tatcher subiram ao palco, a expectativa era palpável. Se a velocidade das canções e concerto – a banda só tem ainda o álbum homónimo para apresentar – não deixaram espaço para momentos mortos, foi com «Come On Over», logo após a abertura com «Hole», que se geraram os primeiros motins. Os motins, esses, foram repetidos no destruidor «Figure it Out», com os riffs aguçados até ao infinito, e bateria imparável a prolongarem o êxtase, e a descarregarem adrenalina à bruta, como se quer. Já perto do final, Kerr apresentava o baterista Tatcher como «meio homem, meio touro, meio louco», e a descrição soa-nos bastante apurada.
Em vésperas de Páscoa, não houve nada de santo a passar por aqui. Do pára-arranca arrastado de «Little Monster», ao arranque de «Ten Tonne Skeleton» a viajar entre a melodia e a força, atiradas por uma parede sónica, por vezes ficámos com a sensação de que a força que vinha de palco era tanta que nos empurrava para trás.
«Loose Change» leva a plateia ao clímax, o vocalista acende um cigarro, brinca com a guitarra, e puxa pela plateia, antes de arrancar com «Out Of The Black». A agressividade é atirada como se fosse doce, e há nova descarga de adrenalina para o final. Sem encores nem despedidas emotivas, o coliseu regressa a casa, e tudo soa profano. Graças a Deus.