Expensive Soul no Coliseu de Lisboa: Sonhar alto

Em casa. Foi assim que pareceram os Expensive Soul na estreia no Coliseu de Lisboa. Foram precisos dezasseis anos de carreira para aqui chegar, mas o espetáculo que a banda apresenta sempre, seja aqui, seja num barco no meio do Douro, parece ter sido feito para este palco.

Há sempre um brilhozinho nos olhos que grita «missão cumprida» quando uma banda nacional chega ao Coliseu de Lisboa, e desta vez não houve exepção. Demo, New Max, e mais treze vestiram-se de gala, trouxeram as escadas hollywoodescas ao palco, e em duas horas de concerto ligaram a alma à corrente orquestral, e descarregaram energia. O Coliseu, cheio nas cadeiras, a meio-gás na plateia, mostrou-se à altura do desafio.

Se o novo «Sonhador» deu o mote para a atuação,o concerto do Coliseu de Lisboa foi também uma revisão da matéria dada. «Cúpido» chegou logo no início, após «Progresso», tal como no álbum, e foi uma das mais bem recebidas pela plateia. O single voltou mesmo no encore, já depois de ser cantado o «Adeus». Ao vivo, a festa dos Expensive Soul ganha à contemplação, mesmo que o palco cheio encha todas as canções de vida. «O Amor é Mágico», «Eu Não Sei», «13 Mulheres», e «Falas Disso» entram já na categoria de clássicos, e é como tal que são recebidos. Por outro lado, o imparável «Electrificado», também do novo «Sonhador»,  nasceu para ser tocada ao vivo.

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New Max vestiu o fato e pôs o chapéu de mestre de cerimónias, mas foi Demo que deu corpo à função. Se o primeiro se manteve discreto nos momentos em que não deixava voar os seus inconfundíveis agudos, Demo corria o palco, puxava por todos, especialmente pelas «meninas» (pelos rabos que não queria mesmo ver quietos) e emocionava-se ao recordar a viagem dos «dois putos que andaram juntos na escola», e que «fizeram dois álbuns na garagem».

Ao longo do concerto, Demo foi dizendo que o que «acontece no Coliseu, fica no Coliseu», mas parece que vem um DVD que vai mostrar a quem esteve de fora o que perdeu. Foram duas horas que pareceram passar em meia. Isso só pode ser bom sinal.

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