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Mickael Carreira: «Já há algum tempo que eu queria experimentar novas sonoridades»

Mickael Carreira
©Divulgação

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Mickael Carreira: «Já há algum tempo que eu queria experimentar novas sonoridades»

No final do ano passado, Mickael Carreira lançava «Sem Olhar para Trás», álbum prenúncio de um novo ciclo. Encontramos o cantor já no meio do futuro, com um perfume em lançamento, e uma carreira na América Latina em expansão. Ao MYWAY, Mickael fez o balanço.

 

MYWAY: Lançaste no final do ano passado o álbum «Sem olhar para trás», a reação tem sido a que esperavas?

Mickael Carreira: Olha, a reação tem sido muito positiva. O disco saiu em outubro, e já está a chegar à dupla platina. Nas condições atuais, e com a fase que o país está a atravessar, é muito bom. Tem-me trazido coisas muito boas, o «Bailando» foi a melhor maneira de «aquecer» a vinda do disco, e depois o single «O que tu quiseres», com os B4, também tem tido muito boa aceitação do público, portanto tem sido muito bom!

 

MYWAY: Todos os discos marcam uma nova fase, mas este tem um nome que indica mesmo a entrada num novo ciclo. Sentes isso?

MC: Era precisamente o meu objetivo. Já há algum tempo que eu queria experimentar novas sonoridades, e sentia que não era o momento. A partir do momento em que comecei a trabalhar mais fora de Portugal – principalmente no México – onde acabei por conhecer outros profissionais, outros produtores, outros compositores, também acho que veio no momento certo para fazer essa viragem. Acho que a nível de estilo não mudou muito – também não queria mudar – mas a nível de sonoridade, está bastante diferente dos meus trabalhos anteriores, daí o título «Sem olhar para trás».
MYWAY: Tu tens contacto com muitos músicos, e tens feito muitas colaborações, o que é que te levou a virares-te mais para a América Latina?

MC: Eu não tenho muita, muita influência latina…tem algumas coisas – por exemplo, o «Tudo o que tu quiseres tem uma sonoridade mais latina – mas acho que é um disco bastante eclético, podes encontrar vários géneros, várias sonoridades no mesmo disco. Eu acho que tudo tem o seu momento, ao fim ao cabo as coisas que estão a acontecer na América Latina vieram no momento certo. Eu estou com 28 anos, para o ano vou completar 10 anos de carreira em Portugal, e permitiu-me crescer como músico, e como compositor, para fazer aquilo que faço hoje. Posso dizer que hoje sinto-me muito mais seguro, sei exatamente aquilo que quero como músico, como cantor, e acho que tudo apareceu no momento certo.

 

MYWAY: Trabalhaste com o Enrique Iglesias no «Bailando», que foi um sucesso gigantesco. Estavas à espera disso?

MC: Não, nem de perto nem de longe. Gravar com o Enrique era algo que eu já queria fazer há algum tempo. Era fã já desde os meus 15 anos, e a verdade é que na altura o meu manager em Miami, o Marco, estava tentar a falar com a editora dele, a Universal, e a verdade é que as coisas nunca se proporcionaram. Acho que o acabou por facilitar tudo foram sobretudo dois motivos: 1. Pelo que está a acontecer neste momento no México, 2. Porque trabalhamos com o mesmo produtor, que é o Descemer Bueno, que foi quem escreveu a música «Bailando». Acho que tudo isso ajudou a que as coisas pudessem acontecer. Agora, eu parecia um puto de dez anos, porque de repente teres a oportunidade de gravar com um ídolo teu, um dos músicos que te inspirou a fazeres o que fazes hoje…não há palavras, é brutal.
MYWAY: Estavas a falar do teu trabalho em Miami, e com o produtor Descemer Bueno. Isso também ajudou a abrir os horizontes sonoros, ou já ias com uma ideia, e eles só a ajudaram a acertá-lo?

MC: Eu sei exatamente aquilo que eu quero, precisamente por aquela maturidade que ganhei aqui em Portugal nestes dez anos. Mas sim, gosto de trabalhar com outras pessoas no processo criativo. Acho que tu nunca te podes fechar dentro de uma fórmula, dentro do teu estilo. Podes ter as coisas definidas na tua cabeça, mas também poder beber de outros colegas -compositores, produtores -precisamente para levares a tua música a outro nível, e poderes crescer.

 

MYWAY: Como estavas a dizer, estás prestes a fazer dez anos de carreira. É uma marca importante, e começaste muito novo, estás ligado à música desde sempre. Como é que tens visto a evolução da música em Portugal?

MC: Lá fora evidentemente tens outros meios, as coisas podem ser um pouco mais fáceis. Tenho pena que não se dê oportunidades a novos talentos aqui em Portugal, porque temos realmente grandes talentos. Posso dar-te um exemplo, na altura em que participei no «The Voice», foi mais uma prova para mim, vi putos de 16/18 anos pareciam cantar há vinte. Acho que há por vezes falta de oportunidade para a nova geração. Mas têm aparecido boas revelações em Portugal, sem dúvida alguma.

MYWAY: A tua participação no «The Voice» também foi uma forma de ajudares a que esses talentos fossem mais conhecidos?

MC: Eu acho que não, eu acho que a nossa participação no programa acaba por ser pequena. O principal objetivo é ajudar os concorrentes com toda a experiência que fomos ganhando, mas depois, a seguir ao programa, não podemos fazer muito. Vou-te dar um exemplo, o Nuno (Ribeiro, concorrente de quem Mickael foi mentor), depois do programa tentei ajudá-lo ao máximo, convidei-o para concertos, tentei ajudá-lo também na elaboração do seu disco…mas depois há coisas em que ficamos um pouco limitados, não é? E depois não temos aquela varinha mágica que diz: ‘isto vai funcionar, ou não vai funcionar’.

MYWAY: Sentes que também aprendeste alguma coisa para a tua carreira?

MC: Aprendi! Eu sou um rapaz tímido, e reservado, quem me conhece sabe disso. Por um lado foi uma forma de tentar ultrapassar essa timidez, e depois pude aprender muito com todos os elementos que estavam lá no programa, desde os concorrentes, os músicos, a produção…foi uma boa escola para mim.

 

MYWAY: Dizes que não consegues ter a varinha mágica que decide o que vai ou não funcionar, mas se pudesses dar um conselho a quem está agora a começar, o que é que poderias dizer?

MC: O que eu poderia dizer desde já é que não é fácil, para não desistirem dos vossos sonhos, continuarem a trabalhar. Acho que não tendo a varinha mágica, nem nenhuma fórmula, o trabalho é muito importante nesta profissão. Portanto, é trabalhar, trabalhar, trabalhar, que com um pouco de sorte as oportunidades acabam por aparecer.

MYWAY: Tu associaste-te agora a uma marca de estética, e vais lançar um perfume. Isto é um projeto único, ou pretendes aventurar-te por essa área de negócio?

MC: Neste momento estou muito focado em criar o perfume. Começámos a trabalhar há cerca de duas semanas, e espero que saia brevemente, mas há todo um processo. Eu quero realmente que seja um perfume muito especial, porque é a minha cara, e vai ter o meu nome. É muito engraçado de repente teres a oportunidade de teres um perfume teu, saber que as pessoas vão ter o teu cheiro! É um passo de cada vez, neste momento o mais importante é elaborar este perfume, depois a partir daí, quem sabe…

MYWAY: Tem sido fácil esse processo de encontrar o cheiro que queres que te identifique?

MC: Não, não. É um processo longo, e tens realmente de cheirar muita coisa! É mais difícil do que eu pensava. A Cristina (Ferreira, apresentadora de televisão que também lançou um perfume) já me tinha dado algumas dicas, portanto já vinha com alguma preparação. Mas é engraçado, e fico ainda mais feliz quando oiço algumas pessoas – e tenho ouvido bastantes, ultimamente – a perguntarem como é que vai ser, e quando é que vai sair o perfume. Sinto que há muita curiosidade à volta do perfume, e isso é muito bom!

MYWAY: O que é que tens planeado agora para breve?

MC: Há a tournée, vou novamente à América Latina, vou ao México, Costa Rica, Miami, e depois volto para aqui. Depois vão haver muitos concertos aqui em Portugal, e lá fora. Vamos estar na Suíça, continuar com a promoção deste disco, e entretanto vai sair o disco em espanhol no México. Portanto, vai ser um ano muito intenso, com muita coisa a acontecer, mas eu gosto disso, não gosto de estar parado!

MYWAY: Já tens alguma noção da diferença entre o público nacional, e na América Latina?

MC: No fundo é começar do zero. Quando comecei com as primeiras entrevistas, onde ninguém me conhecia – e é mesmo ninguém, ninguém – foi muito engraçado, porque nós ficamos mal habituados. Quando já tens sucesso, falo aqui de Portugal, estás habituado a alguns miminhos. De repente, chegas a um país onde ninguém te conhece, és um simples desconhecido, isso põe muitas coisas em causa, e ajuda-te a ver as coisas de uma maneira diferente. Agora, respondendo à tua pergunta, a reação do público é diferente. Provavelmente lá o público é mais fanático, já tive reações muito engraçadas no México, de miúdas a chorarem, a atirarem-se para o chão…é muito engraçado sentires isso num país que não é o teu.


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