Connect with us

Tatá Aeroplano em entrevista

Tatá Aeroplano
©Divulgação oficial

Notícias

Tatá Aeroplano em entrevista

É com palavras que comunicamos, mas é a melodia que domina o discurso de Tatá Aeroplano. O músico chega a Portugal a bordo do projeto «Bloco», tal como os companheiros de viagem Wado e Mahmundi, falou com o MYWAY sobre os concertos e as canções que nos traz. Os passeios, a música portuguesa que ouve, a loucura, e a lucidez, para ler abaixo. Os álbuns do músico podem ser baixados no site oficial, tatáaeroplano.com.

 

MYWAY: Está em Portugal para três concertos da série «Bloco», que traz músicos brasileiros ao país. Tem visto uma evolução na relação transatlântica nos últimos anos?

Tatá Aeroplano: Acho que comecei a me ligar nisso um pouco quando o Marcelo Camelo veio morar aqui em Lisboa com a Mallu. Alguns amigos já haviam tocado aqui no «Bloco», mesmo. Aí, no ano passado eu fiquei amigo do Cícero – que também participou do projeto – e a gente falou muito sobre o pessoal, e a cena daqui. Acho que a relação está-se estreitando, né? Recentemente conheci muitas bandas legais, então acho que tem acontecido, sim.

 

MYWAY: Por exemplo, o que é que andou a ouvir?

Tatá Aeroplano: Nossa, bastantes coisas! Eu comecei a escutar algumas coisas atuais, como a banda PAUS, Capitão Fausto, Buraka Som Sistema, que é uma música que gostei bastante. Aí também conheci o Fausto, fiquei apaixonado pelo trabalho dele, o Sérgio Godinho…estou tomando contacto com todos esses sons, e estou gostando demais.

 

MYWAY: Na sua descrição apresenta-se como «andarilho urbano». Inspira-se a andar pela cidade?

Tatá Aeroplano: Muito. É uma das coisas que me inspira muito para compor. Mesmo no meu quotidiano, eu gosto muito de andar, né? Fiz umas boas caminhadas aqui em Lisboa, e uma coisa que me chama muito a atenção é os pássaros daqui, que têm uns cantos muito bonitos. E eu só tenho pena que ainda não descobri de que espécie são. Eu sempre vou observando, gosto de andar pela cidade para observar as coisas que acontecem. Você está totalmente ligado ao que está vendo ao redor, sem muita pressa.

 

MYWAY: Consegue traduzir essa inspiração em canções?

Tatá Aeroplano: Muito, muito. Às vezes quando estou caminhando, vou compondo melodias. É sempre muito inspirador, muitas vezes saio sem phone no ouvido para não perder mesmo nada da rua. Aí você fica com a cabeça livre, e as melodias podem aparecer.

 

MYWAY: O seu álbum mais recente chama-se «Na Loucura e na Lucidez». Precisa de ambos nas canções?

Tatá Aeroplano: Olha, eu acho que eu vivo equilibrando essas duas coisas. Tanto que a música que abre se chama «Na Loucura», e a que fecha se chama «Na Lucidez». Pelo menos, eu gosto muito dos dois estados, mas tem de ter uma consciência muito grande para equilibrar esses dois. Esse disco foi um momento em que eu consegui equilibrar essas duas coisas que eu trago comigo.

 

MYWAY: O que é que podemos esperar dos concertos cá em Portugal?

Tatá Aeroplano: Vou fazer as canções deste disco que lancei o ano passado, canções do meu primeiro disco também – são álbuns recentes – e algumas canções da banda que eu tinha antes, que se chamava Cérebro Eletrônico, que é uma banda de rock psicadélico. Será um apanhado geral, com ênfase no último disco.

 

MYWAY: Já pensa em nova música?

Tatá Aeroplano: Ah, eu vou compondo direto. Ainda hoje fiz uma música! Acordei bem cedo, e fiz uma música. Depois preciso escutar de novo, mas ficou legal! Gostei dela. Eu tenho um disco que vou lançar agora no meio do ano, mas não é de canções cantadas em português, são canções cantadas numa língua que eu mesmo criei, que são coisas que não têm letra, mas têm melodia com palavras que não existem.

 

MYWAY: Como é que chegou a essa nova linguagem?

Tatá Aeroplano: A gente no Brasil chama de «improvation», é como se eu tivesse cantando em inglês, só que umas palavras são em inglês, e outras não sei bem o que é. Vou fazendo a melodia, e encaixando.

 

MYWAY: Percebo que a melodia é, então, muito importante nesse processo de composição.

Tatá Aeroplano: É, a melodia sempre vem, e é o que me puxa sempre para as músicas. Quando estou na rua oiço melodias, quando pego um violão, toco um acordo e crio melodia. Quando estou com uma banda, as pessoas estão tocando música, fazendo harmonia, e eu tenho facilidade de encontrar uma melodia. É uma coisa que eu carrego desde pequeno, mesmo.

 

15/Abril – Musicbox – Lisboa – 22h30 (bilhetes a 12 euros // passe geral «BLOCO» a 20 euros)
16/Abril – Centro Cultural de Ilhavo – 22h (bilhetes a 5 euros)
17/Abril – Passos Manuel – Porto – 22h30


Mais em Notícias

Advertisement

Mais Lidas

Advertisement
To Top