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Os Capitães da Areia no Musicbox – Reportagem

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Os Capitães da Areia no Musicbox – Reportagem

Os Capitães da Areia apresentaram pela primeira vez este sábado o épico «A Viagem dos Capitães da Areia a bordo do Apolo 70», que conta a história de uma visita da banda ao centro comercial Apolo 70 que acaba com uma deriva pelo espaço que inclui «conselhos» dados por José Cid, batalhas com os Capitão Fausto, «Duelo dos Reis» Rui Pregal da Cunha e Toy, Tiago Bettencourt numa bomba de gasolina, Miguel Ângelo como Sol, e muito mais aventuras e convidados. Com um disco feito para se ouvir do princípio ao fim, e com tantas histórias, ficava a faltar saber como iria funcionar ao vivo, sem as mesmas. Visto o concerto no Musicbox Lisboa, faça-se o spoiler: resulta bem.

Pouco depois da meia-noite, a nave arranca para «Arco das Portas do Mar», aterra em cima dos sintetizadores dos anos 80, e perto da Sétima Legião. O vocalista Pedro de Tróia parece esquecer algumas partes da letra, e deixa cantar a plateia. Um Musicbox cheio e suado não o deixa ficar mal e responde com a letra na ponta da língua.

Os Capitães da Areia têm noção das inevitáveis comparações de que são alvo, assumem-nas, e viram-nas a seu favor. No genial «A Partida para o Espaço», que lança a viagem, assumem-se perdidos entre o Vénus e Marte com que José Cid lançou os álbuns conceptuais espaciais, e à luz das comparações aos Heróis do Mar – que percebemos principalmente quando Pedro da Tróia canta «Menina Bonita do Cinema» – chamam Rui Pregal da Cunha para um «Duelo de Reis» com Toy. A verdade é que os Capitães da Areia viajam por planetas e galáxias com as canções, sem largar a portugalidade da mão, mas o universo que criam é único, e é por isso que ao ouvir «Duelo de Reis» ao vivo nos esquecemos que o tema alguma vez teve convidados.

Sem sobressaltos, viaja-se até ao passado, e aos temas que a banda chama de «clássicos dentro da nossa pequenez». É nessa altura que chega o único convidado da noite, Vasco Ramalho – o ex-membro da banda cuja partida foi assinalada com um «Requiem» no novo álbum – para «Raparigas da Minha Idade» e «17 anos». A reacão que as canções provocam, entre crowdsurfings stagedivings comprova o estatuto de clássicos, e as guitarras solarengas continuam a soar bem no espaço. Se fosse preciso apontar uma ponte entre o anterior e o novo álbum d’Os Capitães da Areia, ficaríamos pelo abanar de anca de «Moça-Emoção», que originalmente conta com a colaboração de Samuel Úria e Tiago Cavaco (ex-Guillul) em representação da Xungaria no Céu.

Só uma banda com uma identidade muito bem definida consegue fazer funcionar sem contexto um tema como «Canção da indigestão», de letra imperceptivelmente hilariante, e originalmente cantada originalmente por Bruno Aleixo, e transforma a frase «quero pão com marmelada» em grito de guerra com que o público os chama para encore. Além das boas canções, os Capitães da Areia encontraram a receita perfeita de criatividade, dedicação, e humor sem pretensiosismo. No horizonte? O infinito e mais além.

 


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